sábado, 28 de janeiro de 2012

Quando se ama muito, a compreensão é imediata.

A primeira vez que fui à Cuba, fui participar do Encontro Internacional contra o Neoliberalismo e a Globalização. Fui com três companheiros de Brasília. Em São Paulo, ficamos horas esperando o momento do embarque pela Cubana. No avião, só com brasileiros, todos indo participar do Encontro, eu tomei um medicamento, para dormir e não ter claustrofobia, em oito horas de vôo e dormi, felizmente. Despertei com o aviso de que já nos aproximávamos de Cuba, meu coração disparou. Logo, eu avistava o aeroporto de Havana e as palavras "Esta é uma terra livre". Abracei minha melhor amiga e chorei. Brasileiros que ficariam na Escola Sindical Lázaro Peña, como eu, fomos recebidos pela diretora da Escola que falava um português impecável. Em meio a baianos, pernambucanos, cariocas, nenhum de nós falávamos espanhol. Um ônibus especialmente para nós, nos deixou na Escola onde, havia estadunidenses, africanos, argentinos, franceses etc. Mas, no caminho até a Escola, tudo o que eu via, era como se eu conhecesse. Era como se eu tivesse de volta pra casa depois de muitos anos distante. Quando tudo foi ajeitado, na Escola, eu fui com minha amiga para o alojamento. Ela me disse que ia descansar um pouco até a hora do almoço e eu disse pra ela que ia dormir. Eu estava exausta de emoção e um tanto confusa e que ela não me chamasse para almoçar. Dormi. Apaguei. Às 19h50 minha amiga me acordou dizendo que eu precisava comer e que o refeitório fecharia às 20h em ponto. Levantei e fui jantar, mas me sentindo um tanto estranha, sem saber exatamente porquê, além da emoção de estar em Cuba. Não demorou muito e eu descobri: Eu estava falando espanhol fluentemente como se fosse meu idioma! Eu me assustei e impressionei a todos. Nem eu acreditava naquilo. Eu nunca tinha estado em Cuba e tudo o que via me era extremamente familiar, eu não falava um "quê" em espanhol e de repente comecei a falar fluentemente. Eu me assustei e contei isso para um dos professores e ele me disse: "Quando amamos muito, compreendemos de imediato". Meu amor por Cuba fez com que eu me sentisse tão familiarizada com tudo o que via e saber e entender a sua voz, era parte fundamental desse grande amor jamais esquecido e que cresce sempre e cada vez mais...Voltei e morei lá e, fui absolutamente feliz, em tudo.

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