sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

EDER SADER e EU

Este ano, o aniversário do PT, em seus 32 anos, foi um momento de reflexão bem mais que comemoração, em que pese, eu ter muito o que comemorar, porque sou parte dessa linda História. Na infância, fui praticamente criada pela minha avó, camponesa e uma mulher de muitas lutas, sabedoria e firmeza. Era confuso, para mim, ser criada como camponesa e por uma camponesa e ao mesmo tempo estudar, como bolsista, em escola particular, onde, os mesmos filhos da burguesia nata, também estudavam. Claro que, como bolsista, eu não tinha e nem podia usufruir dos mesmos privilégios, direitos e conforto que os pagantes, afinal, eu era apenas uma camponesa, no centro da burguesia e , por razões já escritas aqui sobre mim, vítima da exclusão e da humilhação. Por isso, não consegui jamais aprender a lidar com exclusões. Isso é praticamente impossível pra mim. Nem sei excluir e nem sei ser excluída, sem sofrer o que parece ser insuportável. Se a minha infância eu vivia conflitos como o de ser camponesa e estudar em colégio burguês, na adolescência, não foi menos difícil. A única certeza que eu tinha, era que a minha ideologia, não era a mesma dos meus amigos e eu me sentia, mais um vez, excluída, de certa forma, por não pensar como eles ou por pensar em coisas assim e eles, não. Fui para o MR8, mas não fiquei por muito tempo porque, mal cheguei e o 8 apontava apoiar Quércia, em São Paulo. O PT parecia ser distante demais pra mim, pois eu não conhecia ninguém que fosse do PT e ainda sofria de uma terrível timidez. Alguém que tive como um pai, me presenteou com um livro sobre Che Guevara e eu adorei o quê li. O autor era Eder Sader. Eu queria mais livros dele e não sabia como encontrar e fui à Sede do PT, onde soube que ele trabalhava na USP, como professor. Escrevi pra ele uma carta longa, onde eu expunha as minhas dúvidas ideológicas e pra onde seguir, além de felicitá-lo pelo livro que eu acabara de ler. Escrevi mais como um desabafo, sem jamais esperar resposta ou mesmo que ele lesse aquela carta tão longa. Todavia, para minha surpresa, ele respondeu e a resposta foi linda, me ajudando a resolver minhas dúvidas, além de me estimular a prosseguir. Mandei outra carta pra ele e veio outra resposta. Na quarta carta, eu já estava filiada ao PT e, no PT mesmo, eu amava saber coisas dele e ler os escritos dele. Infelizmente, por causa da minha profissão que me impedia de participar ativamente da vida do partido, tive que me afastar dele e, com esse distanciamento, incrivelmente, eu nunca soube do falecimento do Eder. Mais incrível ainda, foi saber só agora muito recente. Mais incrível ainda foi ter ficado distante do PT somente de 1986 a 1989 e o Eder ter partido em 1988. Nunca vi o Eder sequer em fotos, mas ele foi o maior incentivador que tive para ser militante de esquerda, do PT e da luta camponesa. Ainda a dar meus pequeninos passos no PT, eu vibrava com tudo que me chegava do Eder, como via amigos, não petistas, vibrarem por conseguirem tê-lo como orientador, na USP, enquanto eu, na minha pequena trajetória, me orgulhava de tê-lo como meu orientador maior no PT  e na militância política. Como somente agora tão recente eu soube que ele partiu, me veio o desejo de fazer um trabalho sobre ele, para o qual, não medirei esforços. Dos inesquecíveis, Eder Sader, está , para mim, no mesmo lugar que Lula...Impossível esquecer e injusto não contar a sua História e ter , nessa mesma História outros que, como eu, suave e delicadamente foram conduzidos por ele, para um novo caminho que, no meu caso, certamente, driblou meu destino, me levando para o lado dos sonhos, da luta e das vitórias coletivas. Eder, Lula e o PT, se misturam em mim com a mesma força e paixão indescritível.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Viajar no Passado e no Presente.

Uma das coisas de que eu mais gosto é ver Exposições. Pode ser famoso, pode ser desconhecido. Ver as obras, poder admirá-las - muitas vezes sem nem compreendê-las - é uma deliciosa viagem pelo tempo, pela História e pelos sentimentos de quem, através da sua arte, revela muito de si mesmo.
Adoro estar ali a admirar o trabalho do artista e imaginar também o momento da História do Mundo em que aquele trabalho foi realizado. Que idéias teve o artista pra fazer coisas tão belas? O que o inspirou? Como consegue traduzir suas idéias, sem escrevê-las ou cantá-las, mas expressá-las de forma tão silenciosa e ao mesmo tempo tão cheia de vida como se da tela fosse sair todas as cores criando novas imagens ou uma escultura de Rodin fosse criar vida. É como se o homem, através de sua arte, se tornasse um "deus", capaz recriar, à sua própria luz, um novo mundo, um mundo próprio e perfeito para si mesmo e admiração de outros.
Um passeio em um Museu ou  uma Exposição, é uma viagem, ao universo silencioso do artista e conhecer mais de perto a beleza da História.

Pinturas: Vincent Van Gogh e José Miguel.

Fidel Castro CUBA 15 02 2011 Crisis alimentaria revuelta árabe Especie h...

Fidel Castro se reúne con intelectuales durante más de 9 horas

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

GONZAGUINHA-"viver e não ter a vergonha de ser feliz"

Lula La!!.

PARABÉNS, PT, PELOS 32 ANOS DE HISTÓRIA, LUTAS e VITÓRIAS!

Hoje, o Partido dos Trabalhadores, comemora 32 anos de muito sonho e garra. Eu tenho orgulho de ser parte dessa linda História. Uma História que, por muito pouco, um Partido ainda pequeno, em 1989, quase fez Lula Presidente e o "quase" se deu, se não tivessem sido tantas as armações para impedir o PT de chegar ao poder. Muitos sonhos, muita vontade e muita garra, anos depois, levava Lula a subir a rampa do Palácio e viria a ser o maior e melhor Presidente da República do Brasil. Os quatro anos de Governo, se tornaram oito anos e com Dilma, doze anos. Foi com a nossa força e paixão que, emocionados, vimos um operário, Presidente do Brasil. Hoje são 32 anos compartilhados por um sonho que se realiza dia após dia. À militância petista, a maior e mais aguerrida, deixo esta rampa, com o simbólico tapete vermelho, para que, cada um de nós possamos subí-la e lembrarmos as palavras do histórico companheiro de sempre: " Que nunca mais ninguém duvide da capacidade dos Trabalhadores"! VIVA O PT!!!!!!!


quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Tonada de Luna Llena - Simón Díaz

Chaplin Chaplin - Luzes da Ribalta - Aprendi

UM GOLPE e DUAS VIDAS ENCARCERADAS

"Na hora do meu casamento, no dia 25 de agosto de 2011,  o primeiro e último de uma vida sozinha e de quase nada conquistado, aos 62 anos de idade, meu coração batia feliz e emocionado. Era o começo de tudo novo e nunca imaginado, como se eu tivesse ganhado a loteria sozinha. Naquele momento, um filme passou na minha cabeça. Nasci e me criei na Paraíba, numa família paupérrima. Aos vinte anos de idade, fui para o Rio de Janeiro, sem conhecer ninguém e cheia de sonhos e ilusões. Todo o dinheiro que eu tinha só dava para pagar a mais pobre das pensões e por um tempo máximo de três meses. Como professora recém formada, as oportunidades eram poucas, mesmo assim, consegui meu primeiro emprego numa escola particular e ruim. Com o emprego e um salário infímo, pude pagar o aluguel de um barraco, nos fundos de outro barraco, num dos Morros do Rio. Os anos passaram e eu consegui outros empregos melhores e morando sempre no mesmo lugar. No começo eu tinha medo das chuvas e do barraco desabar, depois acostumei. Tudo o que eu temia, eu ia me acostumando , enquanto juntava um dinheirinho para comprar uma casinha, quando me aposentasse. Aposentada, voltei pra minha terra, mas o dinheiro que eu juntei por anos, não me permitiu comprar um imóvel. Fiquei morando numa casinha que um dos meus irmãos me cedeu. Um dia e eu mal sabia , comprei um computador, em 24 prestações, e contratei a internet mais barata. O que eu não sabia era que ele seria o meu bilhete premiado. Aprendi a usá-lo e na minha aposentadoria sem ter o que fazer, ele se tornou meu melhor amigo. Entrei numa dessas Redes Sociais e fiquei amiga de muitos. Como eu achava que ninguém daria importância a uma senhora, coloquei uma foto qualquer. Numa tarde, sem nada pra fazer, fiquei conversando com um dos meus amigos virtuais. Quando me dei conta, estava me entregando para ele, numa relação sexual virtual. Ficamos dias juntos. Sempre que eu ligava o meu computador, havia um recado dele ou vice-versa. Até que eu, inocentemente, contei a verdade sobre a minha idade e mandei uma foto minha confiando no amor dele, aos 70 anos. Ele desapareceu. Nunca mais falou comigo. Eu sofri tudo. Meu sonho de amor verdadeiro mesmo na minha idade havia sido totalmente perdido. De luto por aquela perda irreparável, eu ia construindo com toda paciência do mundo, uma nova mulher, mais uma falsa. Se ele caísse, seria a grande chance de mudar a minha vida. Se ele não caísse, o jeito era continuar a viver aquela dor. Com tudo pronto, eu o chamei e ele conversou comigo, pensando ser outra mulher. Vivemos tudo aquilo de novo. A diferença era que eu gravava tudo. Quando eu já tinha todas as provas contra o grande homem multimilionário, eu me revelei. Ele ficou novamente sem falar comigo e sem que eu pudesse vê-lo. Mas, eu tinha o telefone dele, da primeira vez em que ficamos juntos e liguei pra ele propondo que ele se casasse comigo ou eu o denunciaria por pedofilia, porque, com data de nascimento oculta, ele não tinha podido ver que estava praticando sexo virtual, com uma menor. Era fácil pra mim conseguir uma garota que confirmasse ser ela a garota com quem ele fazia sexo virtual. Qualquer cem reais garantiria um grande escândalo na mídia. Ele zombou de mim e eu dei a ele um prazo de dois dias para decidir. Ele me mandou à merda e bateu o telefone na minha cara. Calmamente, eu esperei os dois dias. Antes das 48 horas, ele me ligou aceitando a minha proposta. No dia do meu casamento, meu coração batia feliz e ele indignado. Não conseguia fingir a revolta que sentia. Hoje moro numa mansão, no Rio de Janeiro, com um multimilionário de 71 anos, doente, viciado em masturbação e que nem olha pra mim. Eu sou muito feliz. Estou lhe dando esse depoimento agora  na certeza de que você manterá minha identidade oculta e, se eu bem entender, saio daqui e vou direto para o aeroporto para ir a qualquer lugar do mundo. Sem bagagem, sem nem precisar ir em casa pegar meu passaporte. Meu morista que está aqui comigo, me deixa no aeroporto e outro motorista traz o passaporte. Eu raramente levo bagagem comigo, porque gosto de comprar roupas novas no País em que estarei. O amor não existe mais pra mim. Ele que se dane com o vício dele. Eu vivo a minha vida multimilionária. Ah, eu tenho um amante." - Do livro "Depoimentos e histórias da internet", inédito. De Cássia Rodrigues de Melo.

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Yo Soy un Hombre Sincero... - Sara González.

AQUARELA - TOQUINHO

O Presente Inesperado...

Deus tem planos extraordinários e, sempre nos mostra o bom caminho a seguir ou a oportunidade de escolher. Eu fiquei por um tempo pensando comigo que tinha encontrado o meu Companheiro para uma grande amizade vida á fora, com quem eu aprenderia muita coisa. Aos poucos o Companheiro foi se tornando apenas companheiro e depois nem isso. Se um raio não cai duas vezes no mesmo lugar, creio que Deus permitiu que sobre mim caísse e eu pudesse ver o tipo de escolha que eu estava brigando para conquistar e descobri que não valeria a pena. Dei graças a Deus por isso.
Nem por isso tão feliz, ficou algo ruim a me incomodar. Aos poucos isso foi passando e a vida continuando com seus encantos e desencantos.
Um dia, eu estava bem chateada com algo que não estava dando certo - e continua não dando - e, como não sou de lamentar, prefiro ironizar e ironizei. Para minha surpresa, um presente inesperado apareceu e trouxe alegria e  brilho pra minha vida: Um Companheirão com quem eu posso afirmar, sem medo de errar, que dele virá uma grande amizade. Diferente do outro que, cada vez mais, vai se tornando companheirinho, o presente que ganhei, veio com solidariedade, simplicidade, doçura, beleza...Enfim, tudo o que eu gostaria que um amigo tivesse e me ouvir e ser ouvido e opinar me ajudando a crescer. Eu já nem penso nos meses de 2012, porque, sei que o melhor Deus me presenteoou. Eu não o conheço pessoalmente, mas nem preciso pra saber quem ele é e da forma linda que chegou.

O TEAR

Para que um tecido saia perfeito, o tear precisa da harmonia entre a trama e a urdidura. O Espírito Santo é o tear, a tratar os que Nele crêem  de forma harmoniosa de modo a torná-los, de dia em dia, melhores e cada vez mais libertos. Todavia, muitas vezes, ou a trama ou a urdidura ou o homem ou a religião, atrapalham essa harmonia. O homem atrapalha essa harmonia, quando toma atitudes que fogem aos princípios de Deus e a religião, quando impõe ao homem uma sobrecarga difícil demais de ser carregada com sacrifícios, barganhas, promessas e coisas que são desnecessárias, uma vez que, o trabalho do tear ou do Espírito Santo é justamente o de atuar nas mentes e corações, bastando ao homem crer. Na fé cristã, é muito comum ouvirmos: "Seja qual for o seu problema, seja lá o que você estiver sentindo, entregue a sua vida para Jesus, só Ele é a solução e você não precisa fazer nada!". Isso é mesmo verdade, contudo, na prática religiosa, depois de crer, é apresentada uma lista enorme a ser cumprida, de modo a não pecar e afastar dos caminhos do Senhor. A lista apresentada com tantas exigências e sobrecargas onde parece que, tudo é pecado, aprisiona o homem, quando Deus é a liberdade e a intimidade admirável, de um amor incondicional. A relação com Deus é pessoal e Ele trata a cada um respeitando os limites e as diferenças de cada um. A vida com Deus é permanentemente de transformações até o último suspiro. As Igrejas neopentecostais trazem ao homem mais dificuldades na relação com Deus, na medida em quê há inúmeros sacrifícios e barganhas para bênções e constantes lutas contra o diabo. Ora, se Deus é a Luz e o diabo as trevas, qual o sentido de sustentar seguidas lutas, uma vez que a Luz dissipa as trevas? Ou seja, quando o Bem entra, o mal, obrigatoriamente, tem que sair. A Igreja Católica não diferencia tanto das neopentecostais. Ela também impõe ao homem sacrifícios, além de exaltar santos e querer que eles intervenham na relação com Deus, quando só Jesus é o único intercessor.
Ler a Palavra de Deus, mostra o quanto Jesus ensina uma vida de qualidade. O que pode parecer para alguns certa "repressão", ao olharmos bem o que fazemos e as consequências dos nossos atos, podemos compreender o que Jesus ensina nos livrando de sofrimentos vãos e vazios desnecessários. Agostinho disse que "Deus é do tamanho do vazio que sentimos". Deus preenche todos os espaços vazios e segue atrás, do lado e na frente do ser humano. Ter a proteção Divina, não é o mesmo que estar livre dos perigos do mundo. A proteção Divina está muito mais relacionada com a direção que Deus dá ao homem que livrá-lo da morte. A morte é para todos. Mas, os salvos renascem para Deus que, de modo algum, é responsável pelas calamidades que nos assolam. Sua Palavra diz que " o mundo jaz no maligno", portanto, as calamidades são escolhas dos homens e não desejo de Deus.
A vida com Deus é de permanente aprendizado e, por ser Ele o Professor, aprender com Ele é a melhor escolha que o homem pode fazer. Ele é o Tesouro e a relação com Ele é enriquecimento para a vida e para a alma. É a certeza de que, conforme a Sua própria Palavra, "o choro pode durar uma noite, mas a alegria vem ao amanhecer". O tempo de Deus não é o tempo do homem, mas é certo que, no amanhecer estipulado por Ele, a alegria virá, sucumbindo toda dor.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Jorge Aragão - Conselho

Da Hipocrisia à Violência Contra a Mulher.

Em 2010, eu passei por várias situações de conflitos com um cara que, para mim, tinha sido o melhor amigo que encontrei na vida. Aquele a quem eu contava o que não tinha coragem de contar nem pra mim. Um grande amigo que, aos poucos, foi se transformando e revelando descontrole diante das situações. Já não só gritava comigo, como também passou a rasgar, aos berros, na minha frente, documentos de resoluções do coletivo como também, aos berros, jogar o cigarro com raiva, como se fosse uma forma de me agredir fisicamente. Eu perdia as estribeiras com ele e isso só agravava ainda mais as atitudes dele até que, por fim, vieram duas ameaças. Para me defender do que ele vinha fazendo, fui à Delegacia da Mulher, prestar queixa contra ele. Não cabia a Lei Maria da Penha, porque nunca tivemos contato íntimo, mas ele seria processado, considerando três fatores infringidos por ele, dos quais, um só, já era considerado Violência contra a Mulher. As três infrações dele contra mim eram: tortura psicológica, intenção de agressão física e ameça de morte, cujo processo seria aberto e ele responderia criminalmente. Na hora de assinar o documento que abriria o processo, eu parei e comecei a chorar. Pedi um tempo pra pensar. A delegada me disse: " Ele grita com você. Ele lhe maltrata. Ele simula agressão física. Ele lhe ameaça...E, você quer um tempo pra pensar em processar esse sujeito? Ele pode ter sido o seu melhor amigo, mas, não é mais. De mulheres que recuam num momento como esse, me desculpe, os cemitérios estão cheios". Mesmo assim, meu coração sangrava lembrando daquela amizade que fora tão linda e única. Eu recuei. A delegada disse que compreendia meus sentimentos e respeitava a minha decisão, embora discordasse - eu também discordava, mas tive pena, de burra que sou deixando pesar mais a amizade já morta, que a situação da nova realidade - e me deu um prazo para eu pensar melhor e me orientando a me manter o mais distante possível dele. Eu saí da DEAM com uma enorme sensação de peso, da decisão errada. Não falo com ele e sequer olho pra ele. Mesmo nos vendo todos os dias praticamente, nos ignoramos. Ele soube que eu estive na DEAM e também recuou das agressões e eu, decidida, como todas as mulheres burras, até que ele me agrida, seja como for e processá-lo.
A gente se comove e se revolta quando vê nos noticiários mulheres machucadas, mutiladas ou assassinadas pelos homens que, um dia, amaram. A gente se comove e se revolta com o número de violências domésticas que cada vez aumentam mais. Todavia, a gente não vê a tortura psicológica, porque não estampam as manchetes de jornais. Eu não entendo de leis, mas, acredito que, tortura psicológica, também pode ser tudo aquilo que dói profundamente na alma e que ninguém pode ver. Entre outras coisas, acho que é a indiferença, a falta de diálogo, fazer a mulher se sentir uma merda coisas que nem sempre ocorrem dentro de casa, mas, principalmente fora dela, onde, o homem se vê livre para tais práticas, espalhando dor e sofrimento, não previstos nas Leis.
Para combater esse tipo de violência contra a mulher, me ofendeu, já é o bastante para eu saber que não me serve nem como amigo e muito menos como amante. E, não é o tipo de coisa que eu saia por aí falando. Mas, deixar que outras, sejam mais felizes que eu, a merda, que já me fizeram sentir que eu sou. Até posso ser mesmo, mas, bem melhor do que quem me fez sentir que sou. Pelo menos, não sou hipócrita. Assunto encerrado.
As próximas postagens não serão mais monólogos a refletir sobre as coisas MAL REFLETIDAS!

Frevo Mulher.MP4

Zé Ramalho - Disparada

As Boas Intenções às Vezes ...

podem fazer uma cicatriz sangrar de novo.
No final da tarde de ontem, minha amiga me chamou para um café, perto da minha casa e devolver meu notbook que estava com ela, pois havia acabado de comprar um novo pra ela  e me devolver o meu com a "limpeza geral" que fez nele.
Saboreando um delicioso café, ela me disse, depois de um tempo de conversa e mudando de assunto:
- Eu pensava que ele gostava de mim, mas não está falando comigo.
Eu muito compreensiva falei pra ela:
- Ele gosta sim de você e gosta tanto que, numa conversa com ele, ele mesmo me disse que queria muito que você fosse nora dele. Dê um tempo pra ele. Ele passou por situações de risco e hoje deve estar se sentindo ameaçado por fantasmas. Deve estar desconfiado de muitas coisas e pessoas. Tenha paciência com ele. Quando ele confiar em você, vai falar. Se isso for tão importante pra você, vai falando de coisas boas, das suas vitórias e superações...
Antes de eu terminar de falar tão compreensiva, ela me interrompeu dizendo:
- Eu queria que ele falasse comigo e falasse com você.
Eu disse:
- Comigo, não. Nem pensar.
Ela me olhou e , meio sem graça, confessou:
- Eu falei de você pra ele e até dei uma foto sua...
Ela nem precisou concluir. A minha compreensão, a minha calma, a minha paciência foram , na mesma hora, pro brejo.
- Quem lhe deu esse direito? Como você teve coragem de falar de mim pra ele? Como você pode? - Eu questionei zangada.
Ela respondeu:
- Vocês eram amigos, uma confusão separou vocês e  ainda os meus irmãos aprontaram. Pela parte que me toca, eu tenho esse direito, sim.
Respirei fundo e mandei um discurso:
- Eu nunca vou tirar de você o carinho que você tem por ele, mas antes de falar de mim, você deveria ter me perguntado. Reconheço e agradeço a sua boa intenção, mas certas pessoas, eu dispenso na minha vida. Eu vou até onde consigo ir, todavia, sei quando não devo mais seguir. Ele nunca foi meu amigo. Eu o procurei dezenas de vezes, ele nunca me respondeu. Ele sabia que eu me consumia em culpa e nunca, nem por um segundo, ele foi solidário. Ás vezes, mesmo com mágoas, a gente pode ser sim, solidário  com quem nos magoou, principalmente, quando vemos que quem magoou, se consome em culpa. Pode até não perdoar, mas pode ser solidário. O silêncio, pode ser uma boa resposta, todavia, dependendo da situação, pode ser uma navalha, a nos ferir cada vez mais ou nos fazer ferir. Ele foi uma navalha a me machucar e a me fazer me machucar. Independente de qualquer situação, um homem digno, conversa, ouve e manifesta sua posição sobre o fato. Os seus irmãos poderiam ter feito o que bem entendessem, mas se ele fosse honrado, teria falado comigo. Ele não só se manteve silencioso, como, na primeira oportunidade que teve, ainda tentando me prejudicar, me vetando do grupo. Contudo, o grupo não deu a mínima pro veto dele e eu continuei. Mesmo com ele me batendo, eu o procurava, porque eu me sentia a pesonificação da culpa. E ele, soberano em seu silêncio, me ofendia ou me fazia me machucar mais ainda. Até que um dia, ele foi mais longe. Ao pedir a ele um abraço, de modo a acabar com aquilo tudo, o que ele fez foi bater a porta e aquela porta fechada, pra mim, foi uma porrada bem no meio da minha cara. Hoje, se um dia eu vier a saber que ele morreu, o máximo que direi, será: Antes ele do que eu. Hoje, como mulher que apanhou dele, eu sei que ele é um reacionário, porque, quando se trata de violência contra a mulher, ainda mais por quem tem poder, é tão machista quanto qualquer reacionário. Pra terminar a conversa, respeite a lei que eu mesma impus a mim mesma: De ficar muito, muito longe dele. Só isso".
Ela ficou um tanto espantada e disse:
- Como você é capaz de odiar assim?
Eu respondi:
- Não é ódio. É defesa.
Mudamos de assunto e na saída, eu tropecei e machuquei o pé que latejou a noite inteira e eu cheguei a ter febre. A dor no pé e a febre, nada mais eram, que uma cicatriz aberta, a me ferir de novo, mas que, ao amanhecer, nada mais doía e eu corri, como todos os dias. Eu ainda corria, quando ela me ligou desconfiada. Eu ri. Por fim, rimos. É vendo a ferida sangrar que a gente entende, que tudo passa. Tudo muda e a vida é feita de mudanças seguidas, sempre em frente, porque, o que passou, se ainda de tudo não passou, é certo que passará. Uma parte de mim quebrou e eu sinto que foi pra sempre.


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quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Eu Apenas Queria Que Você Soubesse - Gonzaguinha

Nunca pare de sonhar - Gonzaguinha

MST - Fantasia - Chico Buarque

Preconceito e Inocência.

Creio que nem a minha família sabe das muitas coisas que passei na vida. Nada de drama, mas de superações. Em outro texto, eu contei que nasci com deficiência nas pernas e tive que usar botas até os 12 anos. As botas e outras coisas, me levaram a um complexo tremendo e, por consequência, ao isolamento. Mesmo depois de retiradas as botas, mesmo com a deficiência corrigida, eu não me libertei da prisão das botas, que ainda as usava na imaginação, uma vez que, a timidez, oriunda do complexo e do medo da liberdade, me mantinham presa. Do jeito em que eu vivia e me sentia, não emergeria uma mulher, mas alguém que passaria a vida sem sequer se dar conta dela. Aos 13 anos, eu conheci um homem idoso  que, depois de um casamento e três filhos, assumiu sua homessexualidade. De certa forma, também me assumiu, porque era professor e viu em mim, uma menina que não conseguia crescer, ainda presa nas pesadas botas. Muitas conversas dele, em nada me faziam sair das botas, onde eu me escondia. Assim, ele radicalizou. Queria que a menina desaborchasse e crescesse como uma mulher com um mundo pela frente a ser conquistado. A primiera coisa que ele me colocou para aprender e, numa época em que isso era coisa de cabaré, foi Poli Dance. Nem ele sabia e muito menos eu, como me exercitar ali. Aos poucos e com muitas quedas, eu aprendia e quanto mais aprendia, mais amava os malabarismos que eu fazia e ele, orgulhoso, aplaudia. Depois, foi dança cigana, flamenco e tango. Dessa forma, nasceria uma mulher ciente da sua sexualidade e sensualidade. Recentemente ele faleceu e eu o amava muito, por ter se tornado um pai pra mim de muitos ensinamentos. Foi o primeiro a ver meu primeiro livro publicado, embora tivesse lido todos. Orgulhava-se de mim, como um pai deve se orgulhar de ver a filha crescer e florescer e lutar, porque, isso ele também me ensinou: "Mulheres de verdade, têm que ser politicamente corretas". Ele era comunista.
Mas, se vivo ele estivesse, não sei o que me aconselharia, ao saber do preconceito que sofro, incrivelmente, por escrever.
Eu vivi uma situação inimaginável e que deveria parar onde parou. Todavia, uma série de outras situações foram sendo criadas de modo a me "incriminar" cada vez mais. Eu vivi duas situações, em dois momentos diferentes e com a mesma pessoa. Do resto, eu nada sabia. Exceto da tentativa de um amigo de me reaproximar da pessoa envolvida.
Outro dia, eu soube que foi bem mais que isso. De volta ao Facebook, minha amiga me mandou uma mensagem me contando que, ao falar com o namorado, depois de muito tempo afastados, ele perguntou pra ela: " Fernanda, com qual das suas personagens eu estou falando?" e citou vários nomes. Ela respondeu que era ela e não eu e que, muito diferente do que ele pensava, eu também havia sido enganada por duas pessoas, a se divertirem com a mesma pessoa em que eu me envolvi em duas situações e momentos diferentes.
Eu tenho vários personagens, todos fictícios e, muitas vezes, eu, que os crio, perco o controle sobre eles, quanto mais no mundo real. Como criar e sustentar personagens fictícios junto às pessoas reais? Acho isso impossível, pelo menos pra mim que, felizmente, reconheço que sou de uma honestidade que dá raiva. Não sei manter situações imaginárias por muito tempo, porque me dói saber que estou enganando não apenas os outros, mas, principalmente a mim mesma.
Dessa forma, vi que o mau uso da ficção, dá espaço pra má utilização de terceiros, marginaliza e isola, pela falta de espaço de defesa. Fico condenada, mas livre das botas. Essas cadeias, não me seguram. Aprendi a superar cedo e na superação, saber o que é bom e o que não é pra mim. O que é bom, eu guardo. O que é ruim, jogo fora.

Sergio Ricardo - O Nosso Olhar

Recibe Raúl Castro a la mandataria brasileña Dilma Rousseff

Declaração à imprensa da presidenta Dilma Rousseff no Haiti

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Melodia Sentimental (João Bosco)

Protestas de sindicatos belgas, las primeras desde 1993

Raúl Castro: Discurso en la Primera Conferencia Nacional del PCC

Teresa Cristina - Sem Açúcar (Chico Buarque)

Chico Buarque - O Que Será (À Flor da Pele)

Pão de Queijo com café e o Bem que Ele me Fez.

Hoje eu tive vontade de fazer uma das coisas de que eu mais gosto: Tomar café na padaria. Antes de correr, fui à padaria. Pedi um café e um pão de queijo. Assim que fiz meu pedido lembrei de um certo pão de queijo que comi, em Belo Horizonte, depois do Natal, no trecho Rio-Brasília. Aquele pão de queijo, em uma das paradas da viagem, eu comi pensando em algo e no bem que ele me fazia. Aquele pão de queijo tinha sabor de alegria, de doce e vã ilusão, de desejo, de paixão, de fantasia e da certeza que, bem antes do ano novo, tudo acabaria e assim foi. De volta para o Rio, tudo já virava fumaça. A diferença era que, eu não sofreria mais. Sabia que seria "eterno enquanto durasse" mesmo que isso significasse algumas poucas horas para, mais uma vez, acabar.
O pão de queijo que comi hoje, tinha outro sabor: o sabor da libertação, da inocência de qualquer culpa, do fim do meu ressentimento e da minha mágoa e, principalmente, da capacidade de quebrar mais uma dessas prisões que construímos. Por algum tempo, consumida pela culpa até praticamente adoecer, eu tentava de todas as maneiras o perdão que nunca veio. Tudo era só silêncio torturante a me culpar cada vez mais.
Quando eu vi que não era culpada, muito pelo contrário, talvez, quando tudo acabou, eu não podia mais nem lembrar que me fazia mal. Eu não fui a algoz. Eu fui a vítima, se é que cabe esse tipo de coisa, entre duas pessoas. De qualquer maneira, eu sofri ora chorando baixinho, ora gritando de dor, mas sempre sozinha, sem uma única palavra que aliviasse meu sofrimento tão conhecido e, tantas vezes dito, sem um só carinho que me confortasse.
O pão de queijo de hoje tinha a certeza da liberdade, do gosto bom de quebrar cadeias e poder rir, sabendo que, o que ainda havia, "o pão de queijo levou". Fui correr livre e incrivelmente feliz.
Eu sei que a "pessoa do pão de queijo" nunca lerá isso, o gelo em que ele se transformou, não o permite sair para ver o bem enorme que ele me fez.

domingo, 29 de janeiro de 2012

Funeral de um lavrador

HINO MST

Faleceu Paulo Schilling...

A minha militância política começou no movimento campesino. Dali, uma camponesa foi para um Partido , o PT, sem nada saber sobre partidos e para o movimento sindical, pior ainda pra mim, em conhecimento e em todos eles estava a presença do Paulo Shcilling, gaúcho, jonalista, fundador do PT e atuante na Central Única dos Trabalhadores. Não convivi diretamente com ele, mas muito dele aprendi. Paulo Schilling, assim como Eder Sader, foram os professores indiretos, aos quais agradeço os aprendizados e busco valorizá-los com a minha militância, para não perder nunca o que eles me ensinaram. Eder partiu em 1988 e por algum tempo recentemente eu o confundi, porque, da menina que entrou no PT, muita coisa aconteceu e muito tempo passou sem que eu soubesse que o Eder já havia partido desde 1988. Hoje parte o Paulo Schilling e, desejo, não envergonhar os ensinamentos que deles eu tive. Foram os dois primeiros professores tão queridos que tive na minha juventude e sem os quais, não sei se teria conseguido prosseguir. Consegui e vou caminhando dia a dia na luta, mas sempre lembrando do que aprendi...com eles!  VIVA O PT! VIVA O MST!

sábado, 28 de janeiro de 2012

El breve espacio en que no estas - Pablo Milanés - Vivo

Banda Bassotti - QUE LINDA ES CUBA - CUBA SI, YANQUI NO

Quando se ama muito, a compreensão é imediata.

A primeira vez que fui à Cuba, fui participar do Encontro Internacional contra o Neoliberalismo e a Globalização. Fui com três companheiros de Brasília. Em São Paulo, ficamos horas esperando o momento do embarque pela Cubana. No avião, só com brasileiros, todos indo participar do Encontro, eu tomei um medicamento, para dormir e não ter claustrofobia, em oito horas de vôo e dormi, felizmente. Despertei com o aviso de que já nos aproximávamos de Cuba, meu coração disparou. Logo, eu avistava o aeroporto de Havana e as palavras "Esta é uma terra livre". Abracei minha melhor amiga e chorei. Brasileiros que ficariam na Escola Sindical Lázaro Peña, como eu, fomos recebidos pela diretora da Escola que falava um português impecável. Em meio a baianos, pernambucanos, cariocas, nenhum de nós falávamos espanhol. Um ônibus especialmente para nós, nos deixou na Escola onde, havia estadunidenses, africanos, argentinos, franceses etc. Mas, no caminho até a Escola, tudo o que eu via, era como se eu conhecesse. Era como se eu tivesse de volta pra casa depois de muitos anos distante. Quando tudo foi ajeitado, na Escola, eu fui com minha amiga para o alojamento. Ela me disse que ia descansar um pouco até a hora do almoço e eu disse pra ela que ia dormir. Eu estava exausta de emoção e um tanto confusa e que ela não me chamasse para almoçar. Dormi. Apaguei. Às 19h50 minha amiga me acordou dizendo que eu precisava comer e que o refeitório fecharia às 20h em ponto. Levantei e fui jantar, mas me sentindo um tanto estranha, sem saber exatamente porquê, além da emoção de estar em Cuba. Não demorou muito e eu descobri: Eu estava falando espanhol fluentemente como se fosse meu idioma! Eu me assustei e impressionei a todos. Nem eu acreditava naquilo. Eu nunca tinha estado em Cuba e tudo o que via me era extremamente familiar, eu não falava um "quê" em espanhol e de repente comecei a falar fluentemente. Eu me assustei e contei isso para um dos professores e ele me disse: "Quando amamos muito, compreendemos de imediato". Meu amor por Cuba fez com que eu me sentisse tão familiarizada com tudo o que via e saber e entender a sua voz, era parte fundamental desse grande amor jamais esquecido e que cresce sempre e cada vez mais...Voltei e morei lá e, fui absolutamente feliz, em tudo.

Comisiones de la Conferencia Nacional del Partido Comunista de Cuba

Conferencia Nacional del Partido Comunista de Cuba

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Dança cigana. Música Espanhola.

Gipsy Kings Obsesion De Amor

Musica Cigana

UM BUMBUM E TANTO...

Eu tenho um grande amigo com cerca de 70 anos, milionário e separado de dois casamentos. A amizade começou com uma tentativa de paquera dele fracassada pra namoro, mas bem sucedida para uma grande amizade. Ele sempre me procura, sempre quer sair, sempre quer um chopinho, um cineminha. Mas, passou quase um mês sem me procurar e, quando eu o procurava, ele sempre estava feliz e apressado. Eu o deixei livre. Certamente, estava com alguém. Hoje ele me ligou convidando para almoçarmos juntos e eu aceitei. Conversamos e, depois de certo tempo, ele me disse que havia se afastado de mim, porque andou namorando, mas o namoro já tinha acabado, porque, ele se apaixonou perdidamente por uma moça que tinha um bumbum daqueles e, depois de muito insistir, conseguiu a atenção dela e com isso um relacionamento extremamente feliz, mas que durou pouco, porque ele descobriu que a paixão dele por ela havia sido provocada pelo bumbum e ele se viu enlouquecido por ela. Com o passar dos dias, foi percebendo que nada havia em comum entre eles e as decepções foram dando lugar para o reconhecimento que a atração acabava, até que acabou de fato com ele aliviado entendendo que, sem afinidades, não há bumbum que sustente uma relação.
 Eu  acho que, na vida, a gente pode ter uma pessoa muito boa de cama e que pode ser um companheiro para momentos agradáveis. Qual o problema? Nenhum. O problema é encontrar um Companheiro para compartilhar a vida juntos e que, nem sempre é o "gostosão". O "gostosão" pode ser só para alguns momentos, mas um Companheiro é, a princípio, para a vida inteira. Homens não faltam, mas há que ter critérios e certos valores indispensáveis pra uma vida em comum. Um homem , por mais tudo que ele pareça ser, mas que se encanta e endoidece por um "bumbum", não seria nunca um Companheiro que eu amaria. Para amar alguém é preciso nadar até as profundezas. É lá que estão as pérolas... ou os tubarões. rsrsrsrs

DEPRESSÃO, TRANSTORNO DO PÂNICO e TOC

Eu estava no ônibus indo para o trabalho alegre, apreciando a paisagem e pensando nas coisas que eu tinha para fazer naquele dia. Estava absorta em meus pensamentos quando, de repente, senti uma espécie de sufocamento, pressão violenta no peito e uma sensação terrível de desmaio. Eu pensei que estava enfartando e ao mesmo tempo um medo tão grande que eu não sabia se descia do ônibus e pegava um táxi para o hospital ou se ficava ali mesmo. Eu suava terrivelmente e meu corpo tremia como se algo monstruoso fosse sair de dentro de mim. Confusa e perdida e com vergonha de as pessoas verem que eu passava mal, fiquei ali, tentando me acalmar. Quando cheguei ao trabalho, tive uma crise de choro e ao mesmo tempo de alívio. Fora só um mal estar que não se repetiu mais, naquele dia. Contudo, dias depois, eu estava no cinema, assistindo um filme que eu estava louca pra ver, quando aquilo se repetiu de maneira ainda mais intensa. Saí perdida e confusa do cinema, tomei um táxi e me segurando para não desmaiar. Ao chegar em casa, mais um choro e depois o alívio. Só que, daquela vez, eu fiquei com medo de aquilo se repetir. E, não demorou muito para eu sentir tudo de novo. Os dias passavam e eu sempre sentindo aqueles ataques. Perdi a alegria, perdi o encanto e passei a me isolar, e cada vez mais me isolando mais e mais. Tudo era medo. Por fim, fui orientada a ir ao médico, um psiquiatra.  Em quase duas horas de conversa, tive um novo ataque diante do médico. Ele me acalmou e me disse que eu sou doente de três doenças: Depressão e TOC, sendo essas mais leves e Transtorno do pânico, em maior grau. E, no meu caso, nenhuma delas têm cura. Pensei que fosse loucura, mas ele me explicou que não. Que é como ter diabetes, por exemplo, que não tem cura, mas uma vida tranquila e feliz, é plenamente possível, sabendo sempre que a medicação não pode ser negligenciada. Para os três casos, a medicação é um só remédio: antidepressivo , um comprimido ao dia , todos os dias e um ansiolítico até que o antidepressivo comece a fazer efeito. Descobri também que tinha fobia de medicamentos e, com isso, mesmo com o ansiolítico, se uma pessoa geralmente, sem o ansiolítico,  tem cerca de quatro ataques de pânico por dia até que o antidepressivo comece a fazer efeito, eu tinha oito ataques por dia, mesmo com a ajuda do ansiolítico. O sofrimento é inimaginável e difícil de descrever. Mas, com o passar do tempo e com o efeito do antidepressivo, me senti muito forte e deixei o antidepressivo, ficando só com o ansiolítico. Acabo de chegar de uma consulta, não fui curada e todo esse tempo sem a medicação, aprofundou  meu isolamento me deixando mais frágil e me entregando cada vez mais á solidão, mesmo me sentindo bem acompanhada por mim mesma, todavia, escrevendo compulsivamente e com novos ataques de pânico. Consciente de que não há mesmo cura, retomo à medicação hoje, sabendo que, em breve, a alegria - de toda nunca perdida de fato- voltará junto com o imenso prazer de ser quem eu sou, como sou e de bem com a vida e forte o bastante para lutar contra a minha maior inimiga invisível: eu mesma e com mais força que ela, como me acho frente aos "inimigos" reais. Não temo o preconceito e nem busco solidariedade, porque sei que, em tudo, se a gente não se suportar, quem suportará? Á luta!

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

فلسطين الحرة Free Palestine Palestina livre...

Ana Carolina - Força Estranha HD

FAIXA DE GAZA - A Terra de Demétria

Uma das personagens que criei e que mais amo, é Demétria, nascida na Faixa de Gaza e que  consegue fugir de lá para o Brasil. Demétria está entre as minhas favoritas pela história que traz, de Gaza e pela história que vive, no Brasil onde, passa a se chamar Isadora, mas também Thaís.
Se conhecer Gaza é o desejo de alguns, é também um pesadelo para outros e há que ter muita vontade, muita força  e estrutura. A começar pela permissão de chegar lá onde, se faz necessário o uso de vários meios e de muita gana e disposição, sendo melhor, talvez, viajar pela imaginação muito mais prática e
sem nenhuma dificuldade de ultrapassar as milhares de barreiras impostas pela realidade e, mesmo que, vencidas as barreiras, há o alerta de altíssimos riscos, sendo desaconselhável prosseguir.
A Faixa de Gaza é um território Palestino que faz fronteira com o Egito no sul  e com Israel ao norte e ao leste e a surpresa: É um dos territórios mais povoados do Planeta e onde se concentra também uma das mais jovens populações do mundo entre 0 e 14 anos.
Gaza fica na faixa costeira do Mar Mediterrâneo, do Médio Oriente. Seu território é cercado por muralhas impostas pelo Egito e por Israel.  Os espaços aéreos e marítimos são do controle de Israel.
Uma região de total penúria ,  sofrida e uma intensa escassez de água e um isolamento terrível. Praticamente não há indústrias e quase tudo é importado. Apenas cerca de 13% do território é de áreas produtivas, todo o resto é árido, o clima é temperado, com verões extremamente secos e quentes.
Os refugiados da Primeira Guerra árabe-israelense , que criou o Estado de Israel, foram para Gaza, razão pela qual, mais de 60% da população é de refugiados da Primeira Guerra árabe- israelense e da Guerra de 1967. A maioria é mulçumana sunita e a minoria cristã, todavia, nem todos são religiosos.
Gaza tinha um aeroporto que passou a ser chamado de Aeroporto Yasser Arafat, mas foi desativado por ordem do Governo de Israel.
Em 2006 o Partido Hamas venceu as eleições palestinas, tendo praticamente a hegemonia em Gaza. Os idiomas são árabe e hebraico.
Um lugar de muita solidão, dor e conflitos. As crianças não têm uma infãncia tranquila, embora os ataques de Israel tenham reduzido,  estão sempre na defensiva de um ataque surpresa. E, vivem conforme podem e sob a covardia dos que teriam poder de decidir, por fim,  uma Palestina Livre.
O que mais me comove é saber que Israel  teve seu povo sob o domínio do nazismo e o holocausto e não tem a menor sensibilidade com os Palestinos.
Quem leu ou lê a Bíblia, verá que o povo de Israel sempre foi duro de coração. Se for verdade que queriam "controlar o mundo" , não conseguiram, mas se somaram ao imperialismo e se orgulham de manter sob seu domínio um povo  maltratado, mutilado e cada vez mais sofrido pela ostentação de uma Israel sem misericórdia e vaidosa, orgulhosa de dominar sob a dor, desde que domine. Isso vai acabar e Israel verá pasma, uma nova Terra, orgulhosamente reerguida e vitoriosa chamada PALESTINA LIVRE!



Um livro publicado...

Nunca foi um sonho que eu persegui. Eu apenas gosto de escrever romances e me divirto e me aborreço também. É gostoso e divertido criar personagens, inventar situações, mas também é de dar nos nervos quando esses personagens começam a brigar. Como vivemos numa democracia às vezes eu converso com eles de modo a convecê-los de que eu estou certa, às vezes eles me convencem de que eu estou errada. Não sei se isso acontece com os grandes escritores, mas acontece comigo. De qualquer maneira, eu adoro escrever. Ter o romance Maria do Mato publicado, por eu ter postado na internet o resumo dele  e a Seven System ter se interessado por ele, foi muito emocionante. Todavia, dos sessenta livros que eu comprei para Noites de Autógrafos, apenas vinte foram vendidos, porque, no lançamento em Mossoró, não houve divulgação. A divulgação se deu praticamente no dia em que eu cheguei e a alegria de ter parte da minha família e amigos a me prestigiar naquele momento. Uma das minhas tias se interesssou muito pelo livro e lutou muito por mim, conseguindo apoio para que eu pudesse fazer novo lançamento, na Feira do Livro de Mossoró, onde teve muita divulgação com entrevistas em jornais e televisão. Em resumo: dos sesssetna comprados por mim para serem vendidos na Noite de Autógrafos, não foram vendidos mais que vinte exemplares e alguns poucos pela internet. É um livro encalhado que eu mesma fui à Feira do Livro, do Rio de Janeiro, receber um certificado e a Maria do Mato sequer estava à venda. Mesmo assim, adoro escrever e o que for possível publicar, fico feliz e o que não for possível - uma vez que são muitos - vão ficando por aqui, no Blog.
Em 1997, eu escrevi o romance A Força da Dor, a história de uma mulher nascida na Faixa de Gaza e que eu não tinha praticamente nenhuma noção sobre Gaza, sua cultura, seu povo, principalmente, a sua História, salvo que era mais um País sob do domínio de Israel. Eu não tinha computador, senão o do CNPq onde, nas horas vagas, eu escrevia e sem acesso á internet. Assim, criei a "Gaza" que eu imaginava ( onde há um texto do livro aqui postado) e a história que foi sendo desenvolvida.
Recentemente, relendo esse romance, com mais conhecimento e informações sobre Gaza, pude ver que pouco errei sobre o que eu criei e agora mais certa ainda disso.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

"La tarde pidiendo amor" de Nicolás Guillén

João Bosco_Memória da Pele [legendado]

¿No es hora de que el Gobierno cubano comience a pedir explicaciones por...

Paul Mauriat - If you go away "Ne me quitte pas" (1988)

Que mancada e que raiva!

Eu tinha uma afinidade muito grande com uma pessoa e achava que ele era o máximo. Eu me orgulhava muito de estarmos tão próximos de uma grande amizade. De repente, as coisas mudaram. Sem que eu soubesse a razão exata do motivo da raiva ou do ódio dele por mim, eu buscava a resposta feito uma doida querendo recuperar o que perdeu e ele era só silêncio. Por fim, quem cansou fui eu e não quis mais saber dele. Tanto fazia ou tanto faz a existência dele. E, tudo o que fiz depois disso, foi só deixar claro, embora ele jamais tivesse perguntado, que eu o quero longe de mim. Ontem, eu tomava umas cervejinhas e exagerei. Quis muito, muito mesmo mandar uma mensagem, pelo celular, para um amigo meu, porque, onde eu estava, havia muito barulho e não dava pra falar ao telefone, ainda mais que era interurbano, pro Rio. Mandei a mensagem pro meu amigo querido. Não houve resposta, mas, como uma "transmissão de pensamentos", ele me ligou. Eu perguntei se era por causa da mensagem que eu havia mandado e ele disse que não tinha recebido mensagem nenhuma. Depois de falar com ele, mandei uma mensagem pro número me desculpando e dizendo que não sabia de quem era aquele telefone. Quando anoto um número de celular com pressa, eu coloco letras e só depois, se lembrar, coloco o número certo. Ah, a mensagem que eu mandei, descobri depois pau da vida comigo, foi justamente pro cara que eu mesma decidi nunca mais querer qualquer aproximação com ele. Ô RAIVA!!!!!!!

sábado, 21 de janeiro de 2012

Somewhere over the rainbow - Eric clapton

Ricky Martin - Livin' La Vida Loca

" Longe Dele"

Glauco girou o trinco da porta levemente e devagar entrou na sala iluminada por uma luz de tom lilás e o som de uma música de médio tom quebrava o silêncio daquele momento da paz, por ele, há muito desejado. Sabia que algo estava para acontecer e sentou no sofá. Viu que sobre a mesinha ao lado havia champanhe. Serviu-se de uma taça. Logo, a luz  lilás mudou rapidamente para um belo tom de azul. Sob ela a imagem de Marianne coberta por um véu comprido de cor preta. O ritmo da música mudou e o corpo dela começou a se mexer conforme o ritmo. Lentamente, o véu que a cobria caiu, revelando longos cabelos escuros e brilhantes, um corpo perfeito vestido com lindas lingeries de renda branca. Linda ela dançava. Aos poucos se abaixava e se movia no chão como a se rastejar. Seguindo o ritmo da música, ela se aproximou de uma cadeira e de forma extremamente sensual, brincava com a cadeira, sempre seguindo o ritmo musical e cada vez mais sensual. Quando o acorde da música vibrou mais forte, ela se aproximou de Glauco e com força, puxou o sutiã, abrindo-o pelo meio, deixando sobressaltar os seios perfeitos. Mais próxima ainda de Glauco, ela colocou uma das pernas entre as pernas dele jogando o corpo para traz. Glauco logo a segurou pela cintura. Com a outra mão, ele derramava a champanhe sobre ela. Quando a champanhe começou a escorrer pelo corpo de Marianne, ele a puxou com mais força para perto dele e começou a beber a champanhe que escorria nela. Marianne apertou a cabeça dele com força contra o corpo dela. Por fim, ele a puxou para ele e os dois trocaram um intenso e profundo beijo. Ali mesmo se amaram. Depois do amor, Marianne serviu a champanhe para os dois e disse:
- Bem-vindo, Presidente, de volta à Bahia.
Glauco sorriu e dizendo:
- Não só à Bahia, Marianne, mas ao amor interrompido por tanto tempo nos deixando separados e uma filha que nos uniu novamente. Eu posso não ser o Presidente da República dos seus sonhos, mas sou o homem que mais amou e mais ama você no mundo.
- Pode não ser o Presidente da Répública dos meus sonhos, Glauco, mas é o único homem que eu verdeiramente amei...e amo e sei que será pra sempre!

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

You Are My Hiding Place.

"A Força da Dor - Demétria

Demétria olhava o mar, quando Caio se retirava, ela começou a falar:
- A lua, tão linda, tão grande ainda fica mais linda quando cheia se banhando despudorada sobre o mar, como se ele a possuísse ou ela a ele. O mar nem tudo testesmunha. A lua, por mais escondida que esteja tudo vê, tudo sabe...
Caio parou e ficou ouvindo Demétria que continuava:
- A lua e sua infinita beleza, cheia, tudo clareia e testemunha os amantes, inspira os poetas...O mar guarda os segredos, mas muita coisa não vê. A lua vê e não testemunha só os amantes e inspira os poetas. Ela também está no deserto, na solidão, na morte, na guerra, no ódio, no amor...- Os olhos dela começavam a encher de lágrimas - Eu nasci na Faixa de Gaza e ninguém lá pode dizer que tem uma infância feliz, porque, por onde a gente anda, sabe que, a qualquer momento, verá sangue, muito sangue derramado, muita  dor, muito medo. É o tormento, todo o tempo, a cada dia, a cada hora, a cada minuto, a cada segundo...Tudo é sombra e tristeza. Mesmo assim, a gente busca tirar daquilo tudo, algo de bom, mesmo que o bom, seja apenas alguns pequenos momentos. Eu sou a segunda filha de uma família de oito irmãos. Éramos onze em nossa pequena casa em Gaza. Meus sete irmãos, meu pai e minha mãe. Nós éramos muito pobres, numa terra de vida precária demais, faltava água, faltava comida e víviamos sob o domínio de Israel. Mamãe cuidava de todos nós com muita dedicação e amor. Papai passava o dia fora tentando trazer sustento pra nós e nos amava imensamente. Mesmo cansado demais, por anos ele dormia sentado, com a cabeça sobre a mesa da pequena sala, sempre com uma arma na mão, pra nos proteger a todos. Meu irmão mais velho, com dezessete anos, desde os sete anos, dormia ao lado do meu pai, segurando também uma arma. Eu ficava escondida atrás da cortina de pano velho e rasgado que era o que separava a sala do único quarto onde todos dormiam amontoados. Naquela noite, eu tinha acabado de fazer dezesseis anos. Papai e meu irmão dormiam, como sempre, debruçados sobre a mesa, com as armas nas mãos, quando, de repente, dois soldados empurraram a porta e entraram atirando, acertando meu irmão e meu pai, antes que eles sequer despertassem direito, depois, puxaram a cortina e atiraram na minha mãe e em todos os meus irmãos que dormiam. Todos mortos com tiros na cabeça. Depois, partiram, como se nada tivessem feito. Eu tremia desesperada e nem podia gritar. Saí de trás da cortina e vi meu pai ainda vivo me olhando e , com mãos trêmulas, empurrando a arma pra mim. Quando eu peguei a arma das mãos dele, ele já estava morto. Eu saí com aquela arma na mão, cega de dor e de ódio, sem saber ao certo que rumo tomar, mas certa do que eu tinha que fazer. Era lua cheia. Tudo clareava menos a minha visão, cega de tanta dor e do que fazer. Os soldados estavam acampados um tanto distante de casa e eu fui, com a cara e a força da minha dor, na direção deles. Lembro que pessoas me avisavam que a direção que eu tomava, era de um campo minado. Eu não temi. Quem perde tudo, perde o medo também. Passei por aquele campo minado, sem um arranhão. O primeiro soldado que vi, foi justamente o mais cruel dos dois que mataram a minha família. Ele dormia e eu o acordei. Quando ele me olhou, sentiu o cano frio da minha arma na cabeça dele e, talvez, a minha própria frieza. Atirei e ele cai morto. Os outros despertaram e começaram a atirar e eu saí correndo, passando de novo, pelo campo minado. Eu morreria naquele campo minado, mas jamais nas mãos ou pelas mãos do inimigo. Atravessei de novo aquele campo ilesa, mas vi e ouvi os gritos atrás de mim, de corpos explodindo no ar. Eu não matei só um soldado. Eu matei também os que queriam me matar e não sei quantos foram, naquele campo minado. Eu fui me esconder, num cubículo que só meu irmão e eu sabíamos dele. Um lugar erguido com madeira podre, num quadrado que mal me cabia em pé e uma porta que eu fechei. Lá dentro havia sangue, fezes, urina, moscas, mosquitos tudo era insuportavelmente fedido e nojento. Não dava sequer para sentar, muito menos pra deitar e eu estava cheia de dor, de medo, de pavor sentia as minhas necessidades escorrerem pelas minhas pernas, não tinha como me limpar e elas se somavam ao cheiro insuportável daquele lugar. Em pé eu cochilava. Tudo era escuro e assustador. Eu não sabia se era dia se era noite e nem quanto tempo estava ali. Eu vomitava de nojo e nem tinha sede, nem fome. Tudo era exaustão física e emocional. Eu só esperava a morte chegar. E, como ela demorava aumentando cada vez mais e mais meu sofrimento indescritível...

"A Força da Dor"

 -Demétria chegou à enorme varanda de frente para o mar. Caio Ravel se aproximou dela, com um copo de uísque na mão e perguntou: - Afinal, de quem é o aniversário  hoje? De Thaís que eu conheci, tentando pular a ponte para se matar, grávida e que havia fugido da clínica e a quem eu dei a mão e anos depois descobri que aquele filho que ela esperava era criado por mim, numa trama diabólica de Luciana e Laerte? Ou Isadora, a sindicalista de anos atrás que me azucrinava quando eu era Ministro e me apaixonei perdidamente por ela, mas aprendi a odiá-la, ao saber que ao mesmo tempo em que ela se entregava a mim, me traía tentando provar que o filho dela era o mesmo que eu criava prensando ser meu com Luciana e fez tudo o que fez?
- Não precisa repetir que me odeia, Ministro, porque com o mesmo amor que você me amou eu o amei...- Interrompeu Demétria.
- Ou será aniversário de Demétria, que eu me casei, por conveniência, por pena dela, pena de mim e um amor imenso pelo meu filho que é dela também? Da assassina? Da terrorista?
- Hoje é o meu aniversário, só isso. - Interompeu Demétria outra vez.
Caio olhou para ela irônico e debochado.
- Bem, de qualquer maneira eu não pretendo comemorar o aniversário de quem quer que seja.- Disse Caio se retirando.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Placido Domingo y Simon Diaz - Caballo Viejo

April Stevens - Teach Me Tiger (1965 Version)

AMOR DE "VELHO".

 Havia ou ainda há uma propaganda do Governo do DF, divulgando o Banco Regional de Brasília ( estadual), onde um grupo de idosos estão jogando, quando um deles recebe uma mensagem no celular que diz" aceito casar com você". Feliz, ele compartilha sua alegria com os amigos dizendo: "A Glorinha aceitou!". Embora, a "Glorinha" não apareça na propaganda, supõe-se que se trata de uma mulher de idade compatível com a dele. Os amigos decidem pagar para comemorar a alegria do outro. Uma propaganda de bom gosto ao mesmo tempo tratando de certo romantismo e vendendo o peixe que é ter uma conta no BRB e suas facilidades. O que me chamou a atenção na singeleza da propaganda foi o fato de não usar jovens sarados e lindos , mas idosos a vibrarem com o amor correspondido do amigo também idoso. Além disso, dá uma certa quebra no preconceito de que idosos não se apaixonam entre si ou um idoso seria muito mais atraente com uma conta bancária e uma moça bem mais jovem que ele, como a vender a idéia de que um homem bem sucedido e de certa idade é mais atraente se acompanhado de uma jovem mulher linda. Mas, também não há como negar que existe preconceito quando isso acontece, ou seja, quando um homem tem uma relação com uma mulher bem mais jovem que ele, pior ainda se for linda. A idéia que surge de imediato quando um casal formado por um homem bem mais velho com uma jovem mulher e bonita é sempre de que ela está com ele por dinheiro. O mesmo não ocorre quando a mulher é jovem, mas não é bonita. Nem todas as mulheres que estão com homens bem mais velhos que elas estão com eles por dinheiro, até mesmo porque, nem sempre esse homem mais velho é realmente um milionário. Pode ser também um homem simples, apaixonante, vibrante e que cultiva valores por muitos já esquecidos ou sequer conhecidos. Dizer que um homem bem mais velho com uma mulher bem mais jovem é porque ele é um "desqualificado" não faz nenhum sentido, afinal, caráter se tem jovem ou idoso, a idade não qualifica o mau caratismo de um homem. Todavia, é fato de que chama a atenção um casal "desproporcional" na idade. Também chama a atenção e o preconceito de forma bem pior quando a mulher é a idosa e seu companheiro bem mais jovem e lindo, neste caso, a mulher é triturada em sua moral. Mas, outro dia eu fui ao casamento de uma mulher de oitenta anos com um homem de 68 anos, ambos aposentados, ambos do mesmo nível, ambos com rendas próximas, ele com salário maior que o dela. Os comentários foram os mais variados desde a idade deles para se casarem, principalmente a dela, até o fato de um dos dois estarem doentes, esclerosados. Ora, o encontro, o amor, o casamento têm idades estabelecidas e uma regra a ser devidamente crumpida a tal ponto de se negarem a entrega e a vida sentimentalmente feliz? Não acredito nisso. Acredito, sim, que há muito preconceito contra as relações onde idosos livres encontram seus pares para seguirem felizes pela vida. O amor tem direitos e um deles é a liberdade de amar, sem medo da felicidade, ainda que tardia, aos olhos dos preconceituosos. Amor de "velho" ou de adolescentes, tanto faz, desde que seja amor e verdadeiro.

SARA GONZALES - Su Nombre el Pueble

Girón la victoria - Sara González

Entrevista: Silvio Rodríguez, bloguero cubano

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Uma viagem já inesquecível...

O roteiro da viagem oferecida era conhecer a Europa, todavia, nunca esteve nos meus desejos de conhecer, menos agora, falida e atolada. Talvez, fosse mais interessante conhecer outros lugares onde nasceram algumas das personages dos meus romances. Estar onde nunca estive, mas que as personagens nasceram de idéias de coisas que vi ou ouvi. Seria interessante conhecer a terra de Demétria, do livro " A Força da Dor", nascida na Faixa de Gaza, onde teve toda a família assassinada e, como a única sobrevivente, fugiu de Gaza, depois de assassinar um dos dois yanques que mataram sua família. Mas, uma viagem para Gaza agora, valeria mesmo a pena? Pensei, então, em Clair, do romance "Ressuscita-me!", nascida numa tribo indígena, fruto da experiência inescrupulosa de um cientista estadunidense e que foi arrancada dos braços de sua mãe e criada nos EUA, sem nada saber da sua história e que, por causa de sua correspondência, por e-mails, com um famoso cientista brasileiro, vem conhecer o Brasil e descobre a sua história e um amor cheio de mágoas e ódio, pelo famoso maestro Duque Leonardo. Estados Unidos agora? Nunca esteve nos meus sonhos, nem a Disney, das princesas dos sonhos infantis de uma menina que, de princesa, só tinha mesmo a fantasia, todo o resto, era dureza. Passear pela América Latina, onde alguns países mudaram seus rumos e se tornaram diferentes da América Latina que apaixonou Che Guevara e onde nasceu, no Chile, ainda ditador nas mãos de Piñera, a bela Isadora, do romance " Como a corsa em pastos verdejantes". Invés de sair pelos países transformados na América Latina, por que não, adentrar os sertões e agrestes do Brasil, onde viveu Rafaela, do romance " Maria do Mato"? Mas, neste caso, teria que ir para a Europa, para a Espanha mais precisamente, também e conhecer o Castelo de Aranjuez ou mesmo a origem de Rodrigo, de "Comadre Florzinha"e Malagueña, assim registrada em homenagem a música "Malagueña Salerosa". Na dúvida e ponderações, decidimos por um roteiro que eu, particularmente, estou conhecendo e escrevendo tudo o que vejo e vivo, numa espécie de diário que postarei aqui, quando a viagem acabar. Por tudo que estou podendo conhecer e viver, acho que foi a opção mais acertada. Está realmente valendo a pena, mas já começa a acabar. Em fevereiro retorno à rotina e com muitas coisas para contar e muitas outras para concluir, considerando que o que atrasou, atrasado não foi possível concluir para, em março, disponiblizar. O jeito foi relaxar e aproveitar.

Maria Callas "Mon coeur s'ouvre a ta voix "

Maria Callas - J'ai perdu mon Eurydice.wmv

Para autoridades, "Operação Cracolândia" é um desastre

Querida amiga, Isabela

Eu adorei o seu trabalho. Ficou lindo! Muito obrigada ! Ficou mesmo a minha cara e com as coisas que eu gosto. Com as "aulinhas" que vc mandou para o meu e-mail vou tentando acertar. Até a viagem ficou mto legal. Valeu mto ter deixado o notbook com vc e a senha. Obrigada mesmo! Bjus

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

O Presente comprado pra um e que foi a alegria de outro.

Ontem foi aniversário de um grande e querido amigo meu e ele me pediu de presente que eu dançasse música cigana pra ele. Eu contestei, porque faz anos que não danço, mesmo assim, ele insistiu e eu concordei. Eu havia tido um dia cheio de tarefas: trabalho, um evento à tarde e uma reunião logo em seguida. Cheguei em casa e ainda fui ver meus e-mails. Depois fui tomar banho e ainda começava a me arrumar, quando ele ligou um tanto aflito querendo saber se eu ia ou não. Eu respondi que estava me arrumando e que havia tido um dia cheio...Ele me interrompeu querendo saber o que eu tentava justificar e eu disse:
- Faz um tempo que eu comprei um presente para alguém que eu pensei que fóssemos ser muito amigos e, por timidez, eu nunca entreguei o presente pra ele. Na véspera do ano novo, como no dia seguinte, seria aniversário dos 53 anos da Revolução Cubana, eu lembrei e mandei uma mensagem pra ele, sem dizer qual era o presente e, ele, nunca me respondeu, porque não nos tornamos amigos, como um dia eu imaginei. O silêncio dele foi a recusa ao meu presente e eu lembrei de você. Desculpe-me, falar assim...
Ele me interrompeu:
- Quer fazer o favor de vir logo que eu quero você dançando e traga a merda que for. Será bem-vindo o presente que foi recusado. Venha logo. Venha já!
Eu fui. Quando cheguei na festa, abracei e beijei o meu amigo tão querido muitas vezes e entreguei o pequeno presente. Ele abriu um tanto desinteressado - afinal, o presente era pra outro ( coisa feia da minha parte, mas eu não tinha tido tempo mesmo de comprar um presente pra ele e não queria ficar com aquele pra mim, porque, não foi comprado pra mim, mas para oferecer à outra pessoa) - mas quando ele viu o presente, os olhos dele lacrimejaram e ele emudeceu. Eu fique sem jeito. Depois, ele me abraçou fortemente e me disse emocionado:
- Nunca imaginei ganhar um presente desses. Até quando você me surpreenderá? Muito, muito obrigado e que sorte eu tenho de ter você como minha amiga mais querida e do "dono do presente" ter recusado. Eu adorei! Adoro esse cara e nem sabia que você gostava também.
Eu que me emocionei.
O presente? Um mimo de um artista que adoro: Guayasamin, que encontrei numa pequena loja, numa entrequadra de Brasília, especialiazada em réplicas de obras de arte e foi uma surpresa ver uma réplica sensual de um dos trabalhos desse grande artista equatoriano, com tudo a ver com Cuba.
Depois de umas cervejas, eu dancei pra ele e tive uma festa inesquecível.
A vida é dura, mas a arte de torná-la um canto de encanto, é, pra mim, o maior desafio e conseguir, a mais extraordinária vitória.
Na verdade, o aniversário dele é hoje, mas hoje ele embarcou para Havana.
Feliz Aniversário, Didiê! Muitas e muitas alegrias! Beijos

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Coincidências que quase me fizeram desistir...

Há muito tempo eu escrevi o romance " Ao lado dele" que contava a história de uma moça que teve o filho, recém nascido, roubado. Por anos ela vagou à procura desse filho e o encontrou sendo criado por um homem rico e poderoso, de onde surge uma história de amor entre os dois. Meses depois de escrever esse romance, veio à tona a história de Pedrinho, o menino que fora roubado da mãe, ainda no hospital e que foi reencontrado muitos anos depois. Logo, Glória Perez escrevia a novela baseada neste fato real. Guardei, então, o meu romance. Eu havia há muito escrito também " Por todo o tempo", a história de amor de Raquel - médica mastologista e herdeira de um teatrinho de bonecos - e o Bispo Fernando - um pastor inescrupuloso. Meses depois, eu conheci o You Tube e vi um vídeo do Edir Macedo, ensinando os pastores a "roubarem" os fiéis. Desisti de tentar publicá-lo, porque eu nunca soubera de tal fato envolvendo o Bispo Edir Macedo e que se repetiu quase da mesma maneira, em "Por todo o Tempo". Mais um livro guardado. Eu tinha acabado de escrever "Comadre Florzinha", quando, na novela aparecia a Glória Pires, interpretando a Norma, com quase a mesma história da Malagueña. Tive que esperar a novela do Gilberto Braga terminar, para poder reescrever "Comadre Florzinha" já com perspectivas de publicação em março ou abril. Recentemente eu mesma vivi uma história e me lembrei de outro romance que eu havia escrito: "Ressuscita-me!", a história de amor de Ester e o maestro Duque Leonardo. Eu só me lembrei desse livro, quando eu mesma me vi na mesma situação que Ester. Agora, estou reescrevendo. Embora, seja uma história pessoal, de qualquer maneira não desejo passá-la adiante em "Ressuscita-me!", pois em nenhuma circunstância os romances que escrevo, jamais os vivi. Estou relendo "Ressuscita-me!" para alterar, pois o maestro Duque Leonardo é um promíscuo, mau caráter, canalha nada a ver com o homem que eu amei que nem de longe, acho isso dele. Muito pelo contrário. Considero-o um homem íntegro, digno e tão bonito que eu me envolvi por ele. A idéia de ser rejeitada por um homem, não me faz achá-lo um canalha. Ele apenas não me quer.
Houve outros romances que coincidiram com fatos da vida real ou ficção, como no caso de "Comadre Florzinha" que eu tive que modificar muito ou quase tudo. Os outros, eu não tenho tempo de reescrevê-los, então, daqui pra frente são novos romances e torcendo para não parar no meio do caminho por causa de mais uma coincidência.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Mais trechos de Comadre Florzinha...

Malagueña sentia dor, quando Rose entrou no quarto.
- Tem uma tal de Luana linda como o quê querendo falar com você.
- Espero que seja coisa rápida. Sinto dores.
- Oxente!Será que o bebê já vai nascer?
- Não sei, mas acho melhor avisar Rodrigo. Pode fazer isso, Rose?
- Vou ligar agora mesmo.
 Ao descer as escadas Malagueña logo viu Luana.
- Você quer falar comigo?
- Ah, muito prazer, Malagueña, eu sou Luana.
- O prazer é meu. - Disse Malagueña sentindo as dores aumentarem. - Como você é linda, Luana. Nunca vi uma mulher tão linda!
(...)
Luana gritava com Malagueña que cada vez mais sentia as dores do parto e de seu coração aumentarem.
- Feia, burra e idiota, Malagueña! Então, você achava mesmo que Rodrigo amaria você? Burra!
- Ele me ama. Ele fez de tudo pra que eu o amasse...
- Claro, sua burra! Você não queria casar...Uma menina criada em beira de praia e ainda esnobando um homem podre de rico e lindo como Rodrigo...Acreditou mesmo que Rodrigo não mudaria o mundo pra se casar com você?
(...)
Naquele momento, Rose passava pela sala com uma arma na mão. Malagueña correu e pegou a arma das mãos de Rose e sem pensar atirou acertando Rodrigo que caiu ferido. Luana se abaixou para socorrê-lo gritando para Malagueña:
- Assassina! Assassina! Você o matou! Assassina!
Rose se aproximou de Malagueña puxando-a.
- Venha logo o bebê está nascendo!
Malagueña estava paralisada sem saber o que fazer. Rose a puxou e a levou para um lugar que só ela conhecia naquela imensidão do terreno onde ficava a mansão.
(...)
- Graças a Deus, nasceu, Malagueña! É o menino mais lindo do mundo...- Avisava Rose feliz.
- E, eu matei o pai dele.
- Virgem Maria! É mesmo! Tinha esquecido disso! Precisa fugir, Malagueña. Logo,a polícia estará aqui.
- Entregue Miguel pra dona Odete.
- Você matou o filho dela!
- Mesmo assim, ela criará Miguel. Entregue meu filho pra ela.
(...)
Durante toda a viagem no ônibus, do Rio de Janeiro para Pernambuco, Malagueña se sentia mal. Ao chegar finalmente, com o dinheiro que Rose lhe dera, Malagueña partiu para a praia da Lua. Ao chegar, viu que havia certo movimento em casa de sua mãe. Viu Radamés de longe e conseguiu ser vista por ele.
- Porque está escondida, Malagueña?
- Matei Rodrigo!
- Valha-me Deus! - Exclamou Radamés levando uma das mãos à boca.
- Quero ver mainha...Estou passando mal. Tive meu filho e logo já estava num ônibus. Por que, tem tanta gente na casa de mainha?
Radamés começou a chorar.
- O que aconteceu com mainha? - Perguntou Malagueña já desesperada.
- Morreu. Um enfarte...- Radamés não concluiu a frase. Malagueña desmaiara.
(...)
Depois de recuperada, Malagueña disse para Radamés:
- Logo, a polícia me encontrará. Preciso partir.
- E, vai pra onde, criatura?
- Me embrenhar nos matos...
- Misericórdia! - Exclamou Radamés - Que vida levará, por Deus?
Malagueña olhou o mar, depois olhou o céu e respondeu com os olhos cheios de lágrimas:
- Ser tudo o que mais tive medo na vida.
- E o que é?
Ela sorriu amarga.
- Serei Comadre Florzinha.
(...)
Dez anos depois...
(...)

Rodrigo estava tocando piano no casarão, quando Malagueña adentrou.
- Valha-me, Deus! É Comadre Florzinha! Fuja doutor! Fuja logo! Ela mata quem vê na frente! - Gritava Manoel enquanto corria.
Rodrigo olhou aquela criatura horrenda sem saber o que fazer. Malagueña puxou o facão e antes que ele esperasse, derrubou-o ao chão.
- Desgraçado! Todos esses anos eu vivi como uma miserável e você não morreu. Tudo uma farsa montada por você e aquela desgraçada da sua mulher! Ah, mas se eu não matei antes...Mato agora! - Gritava Malagueña sobre o corpo de Rodrigo, com o facão já apertando a garganta dele, deixando-o completamente imobilizado. A voz de uma garoto ao longe distraiu Malagueña, que logo foi dominada por Rodrigo.
- Papai! - Chamou Miguel entrando na varanda.
- Quem é? - Perguntou Malagueña.
- Meu filho Miguel. - Respondeu Rodrigo enquanto a dominava cada vez mais. - Ordinária! Louca! Por pouco você não me matou! - Gritou Rodrigo.
Malagueña começou a chorar.
- Por favor, não deixe que ele me veja assim...-Ela implorou e Rodrigou a soltou. Malagueña saiu correndo.
(...)
Radamés correu assim que recebeu o telefonema. Malagueña o esperava ansiosa. Ela estava de costas, quando ouviu seu nome quase num mumúrio emocionado:
- Malagueña...
Quando ela se virou, Radamés sentiu as pernas bambearem, o coração apertar.
- Como você está linda! Linda! Linda! - Ele exclamava fascinado com a extraordinária beleza dela.

kkkkkkk O começo e o final desta história estará disponível no final de março ou iníco de abril pela Editora Seven System.

Pequenos Trechos de Comadre Florzinha

Rose e Luciana chegaram do shopping. Ao adentrarem a sala, os empregados logo foram ao encontro  das duas.
- Peguem tudo que está carro. - Ordenou Rose enquanto se dirigia ao bar da mansão se servir de uma dose de uísque.
- Mamãe, eu acho que não vou querer aquele vestido azul. - Comentou Luciana.
Rose olhou para a filha já com o copo de uísque na mão.
- Você se parece demais com a sua mãe...
- Minha mãe é você! - Reclamou Luciana.
- Está bem. Você se parece demais com Luana, tão fútil quanto ela.
- Mas, nunca serei rainha de bateria, pode apostar. - Interrompeu Luciana.
- Não mesmo. Luana era extraordináriamente linda. Perfeita. Um corpo como jamais vi. Tudo nela era lindo e absurdamente perfeito...
Rose falava quando Radamés entrou na sala.
- Dona Rose...
- O que é bicha louca? - Perguntou Rose irritada.
- É só pra lhe avisar que o doutor Rodrigo já chegou.
- Papai em casa a esta hora? - Peguntou Luciana surpresa.
Radamés e Rose trocaram um olhar. Rose disse:
- Vou ver meu marido.
- Melhor, não. Ele disse que não quer ser incomodado. - Avisou Radamés.
Encarando o empregado, Rose afirmou:
- Acontece que ele é meu marido!
Subindo as escadas da mansão, Rose logo começou a ouvir o som do violão dedilhando Malagueña Salerosa.
Na sala, Luciana perguntava para Radamés:
- Por que papai já está em casa e não quer ser incomodado?
- Porque mais tarde chegam sua avó Odete e seu irmão Miguel.
- Ai, meu Deus! Que notícia linda!
(...)

Dez anos antes.
(...)
Malagueña entrava na Igreja num vestido de noiva simples e amparada pelo irmão. Rodrigo estava de costas e, ao ouvir a música que anunciava a entrada de sua noiva, ele se virou e sorriu. Malagueña mal conseguia andar. Com esforço, chegou próxima do altar. Rodrigo perguntou:
- É tão ruim assim casar comigo?
- Você sabe que amo outro homem.
- Por acaso era um que estava no casarão da praia da Lua, em Pernambuco, onde você morava? Um homem feio, com uma cicatriz enorme no rosto, que lhe ensinava etiquetas e amou você...Um homem chamado Alejandro com quem você deixou sua virgindade?
Malagueña olhou pra ele incrédula.
- Como sabe de tudo isso?
- Você não queria se casar comigo no cumprimento da promessa feita pelos nossos pais...
- Você se disfarçou de Alejandro para que eu amasse você e aceitasse me casar para que você não perdesse tanto dinheiro? - Perguntou Malagueña indignada.
- Não. Eu fui o "fatasma da ópera" por amar você e querer que você me amasse justamente para que não tívessemos que nos casar por causa de uma promessa e...dinheiro...
Os olhos de Malagueña se enchiam de lágrimas.
- Era você todo o tempo...- Ela balbuciou.
- Eu. Eu que te amo tanto...