quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

DEPRESSÃO, TRANSTORNO DO PÂNICO e TOC

Eu estava no ônibus indo para o trabalho alegre, apreciando a paisagem e pensando nas coisas que eu tinha para fazer naquele dia. Estava absorta em meus pensamentos quando, de repente, senti uma espécie de sufocamento, pressão violenta no peito e uma sensação terrível de desmaio. Eu pensei que estava enfartando e ao mesmo tempo um medo tão grande que eu não sabia se descia do ônibus e pegava um táxi para o hospital ou se ficava ali mesmo. Eu suava terrivelmente e meu corpo tremia como se algo monstruoso fosse sair de dentro de mim. Confusa e perdida e com vergonha de as pessoas verem que eu passava mal, fiquei ali, tentando me acalmar. Quando cheguei ao trabalho, tive uma crise de choro e ao mesmo tempo de alívio. Fora só um mal estar que não se repetiu mais, naquele dia. Contudo, dias depois, eu estava no cinema, assistindo um filme que eu estava louca pra ver, quando aquilo se repetiu de maneira ainda mais intensa. Saí perdida e confusa do cinema, tomei um táxi e me segurando para não desmaiar. Ao chegar em casa, mais um choro e depois o alívio. Só que, daquela vez, eu fiquei com medo de aquilo se repetir. E, não demorou muito para eu sentir tudo de novo. Os dias passavam e eu sempre sentindo aqueles ataques. Perdi a alegria, perdi o encanto e passei a me isolar, e cada vez mais me isolando mais e mais. Tudo era medo. Por fim, fui orientada a ir ao médico, um psiquiatra.  Em quase duas horas de conversa, tive um novo ataque diante do médico. Ele me acalmou e me disse que eu sou doente de três doenças: Depressão e TOC, sendo essas mais leves e Transtorno do pânico, em maior grau. E, no meu caso, nenhuma delas têm cura. Pensei que fosse loucura, mas ele me explicou que não. Que é como ter diabetes, por exemplo, que não tem cura, mas uma vida tranquila e feliz, é plenamente possível, sabendo sempre que a medicação não pode ser negligenciada. Para os três casos, a medicação é um só remédio: antidepressivo , um comprimido ao dia , todos os dias e um ansiolítico até que o antidepressivo comece a fazer efeito. Descobri também que tinha fobia de medicamentos e, com isso, mesmo com o ansiolítico, se uma pessoa geralmente, sem o ansiolítico,  tem cerca de quatro ataques de pânico por dia até que o antidepressivo comece a fazer efeito, eu tinha oito ataques por dia, mesmo com a ajuda do ansiolítico. O sofrimento é inimaginável e difícil de descrever. Mas, com o passar do tempo e com o efeito do antidepressivo, me senti muito forte e deixei o antidepressivo, ficando só com o ansiolítico. Acabo de chegar de uma consulta, não fui curada e todo esse tempo sem a medicação, aprofundou  meu isolamento me deixando mais frágil e me entregando cada vez mais á solidão, mesmo me sentindo bem acompanhada por mim mesma, todavia, escrevendo compulsivamente e com novos ataques de pânico. Consciente de que não há mesmo cura, retomo à medicação hoje, sabendo que, em breve, a alegria - de toda nunca perdida de fato- voltará junto com o imenso prazer de ser quem eu sou, como sou e de bem com a vida e forte o bastante para lutar contra a minha maior inimiga invisível: eu mesma e com mais força que ela, como me acho frente aos "inimigos" reais. Não temo o preconceito e nem busco solidariedade, porque sei que, em tudo, se a gente não se suportar, quem suportará? Á luta!

Nenhum comentário:

Postar um comentário