sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

EDER SADER e EU

Este ano, o aniversário do PT, em seus 32 anos, foi um momento de reflexão bem mais que comemoração, em que pese, eu ter muito o que comemorar, porque sou parte dessa linda História. Na infância, fui praticamente criada pela minha avó, camponesa e uma mulher de muitas lutas, sabedoria e firmeza. Era confuso, para mim, ser criada como camponesa e por uma camponesa e ao mesmo tempo estudar, como bolsista, em escola particular, onde, os mesmos filhos da burguesia nata, também estudavam. Claro que, como bolsista, eu não tinha e nem podia usufruir dos mesmos privilégios, direitos e conforto que os pagantes, afinal, eu era apenas uma camponesa, no centro da burguesia e , por razões já escritas aqui sobre mim, vítima da exclusão e da humilhação. Por isso, não consegui jamais aprender a lidar com exclusões. Isso é praticamente impossível pra mim. Nem sei excluir e nem sei ser excluída, sem sofrer o que parece ser insuportável. Se a minha infância eu vivia conflitos como o de ser camponesa e estudar em colégio burguês, na adolescência, não foi menos difícil. A única certeza que eu tinha, era que a minha ideologia, não era a mesma dos meus amigos e eu me sentia, mais um vez, excluída, de certa forma, por não pensar como eles ou por pensar em coisas assim e eles, não. Fui para o MR8, mas não fiquei por muito tempo porque, mal cheguei e o 8 apontava apoiar Quércia, em São Paulo. O PT parecia ser distante demais pra mim, pois eu não conhecia ninguém que fosse do PT e ainda sofria de uma terrível timidez. Alguém que tive como um pai, me presenteou com um livro sobre Che Guevara e eu adorei o quê li. O autor era Eder Sader. Eu queria mais livros dele e não sabia como encontrar e fui à Sede do PT, onde soube que ele trabalhava na USP, como professor. Escrevi pra ele uma carta longa, onde eu expunha as minhas dúvidas ideológicas e pra onde seguir, além de felicitá-lo pelo livro que eu acabara de ler. Escrevi mais como um desabafo, sem jamais esperar resposta ou mesmo que ele lesse aquela carta tão longa. Todavia, para minha surpresa, ele respondeu e a resposta foi linda, me ajudando a resolver minhas dúvidas, além de me estimular a prosseguir. Mandei outra carta pra ele e veio outra resposta. Na quarta carta, eu já estava filiada ao PT e, no PT mesmo, eu amava saber coisas dele e ler os escritos dele. Infelizmente, por causa da minha profissão que me impedia de participar ativamente da vida do partido, tive que me afastar dele e, com esse distanciamento, incrivelmente, eu nunca soube do falecimento do Eder. Mais incrível ainda, foi saber só agora muito recente. Mais incrível ainda foi ter ficado distante do PT somente de 1986 a 1989 e o Eder ter partido em 1988. Nunca vi o Eder sequer em fotos, mas ele foi o maior incentivador que tive para ser militante de esquerda, do PT e da luta camponesa. Ainda a dar meus pequeninos passos no PT, eu vibrava com tudo que me chegava do Eder, como via amigos, não petistas, vibrarem por conseguirem tê-lo como orientador, na USP, enquanto eu, na minha pequena trajetória, me orgulhava de tê-lo como meu orientador maior no PT  e na militância política. Como somente agora tão recente eu soube que ele partiu, me veio o desejo de fazer um trabalho sobre ele, para o qual, não medirei esforços. Dos inesquecíveis, Eder Sader, está , para mim, no mesmo lugar que Lula...Impossível esquecer e injusto não contar a sua História e ter , nessa mesma História outros que, como eu, suave e delicadamente foram conduzidos por ele, para um novo caminho que, no meu caso, certamente, driblou meu destino, me levando para o lado dos sonhos, da luta e das vitórias coletivas. Eder, Lula e o PT, se misturam em mim com a mesma força e paixão indescritível.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Viajar no Passado e no Presente.

Uma das coisas de que eu mais gosto é ver Exposições. Pode ser famoso, pode ser desconhecido. Ver as obras, poder admirá-las - muitas vezes sem nem compreendê-las - é uma deliciosa viagem pelo tempo, pela História e pelos sentimentos de quem, através da sua arte, revela muito de si mesmo.
Adoro estar ali a admirar o trabalho do artista e imaginar também o momento da História do Mundo em que aquele trabalho foi realizado. Que idéias teve o artista pra fazer coisas tão belas? O que o inspirou? Como consegue traduzir suas idéias, sem escrevê-las ou cantá-las, mas expressá-las de forma tão silenciosa e ao mesmo tempo tão cheia de vida como se da tela fosse sair todas as cores criando novas imagens ou uma escultura de Rodin fosse criar vida. É como se o homem, através de sua arte, se tornasse um "deus", capaz recriar, à sua própria luz, um novo mundo, um mundo próprio e perfeito para si mesmo e admiração de outros.
Um passeio em um Museu ou  uma Exposição, é uma viagem, ao universo silencioso do artista e conhecer mais de perto a beleza da História.

Pinturas: Vincent Van Gogh e José Miguel.

Fidel Castro CUBA 15 02 2011 Crisis alimentaria revuelta árabe Especie h...