segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Melodia Sentimental (João Bosco)

Protestas de sindicatos belgas, las primeras desde 1993

Raúl Castro: Discurso en la Primera Conferencia Nacional del PCC

Teresa Cristina - Sem Açúcar (Chico Buarque)

Chico Buarque - O Que Será (À Flor da Pele)

Pão de Queijo com café e o Bem que Ele me Fez.

Hoje eu tive vontade de fazer uma das coisas de que eu mais gosto: Tomar café na padaria. Antes de correr, fui à padaria. Pedi um café e um pão de queijo. Assim que fiz meu pedido lembrei de um certo pão de queijo que comi, em Belo Horizonte, depois do Natal, no trecho Rio-Brasília. Aquele pão de queijo, em uma das paradas da viagem, eu comi pensando em algo e no bem que ele me fazia. Aquele pão de queijo tinha sabor de alegria, de doce e vã ilusão, de desejo, de paixão, de fantasia e da certeza que, bem antes do ano novo, tudo acabaria e assim foi. De volta para o Rio, tudo já virava fumaça. A diferença era que, eu não sofreria mais. Sabia que seria "eterno enquanto durasse" mesmo que isso significasse algumas poucas horas para, mais uma vez, acabar.
O pão de queijo que comi hoje, tinha outro sabor: o sabor da libertação, da inocência de qualquer culpa, do fim do meu ressentimento e da minha mágoa e, principalmente, da capacidade de quebrar mais uma dessas prisões que construímos. Por algum tempo, consumida pela culpa até praticamente adoecer, eu tentava de todas as maneiras o perdão que nunca veio. Tudo era só silêncio torturante a me culpar cada vez mais.
Quando eu vi que não era culpada, muito pelo contrário, talvez, quando tudo acabou, eu não podia mais nem lembrar que me fazia mal. Eu não fui a algoz. Eu fui a vítima, se é que cabe esse tipo de coisa, entre duas pessoas. De qualquer maneira, eu sofri ora chorando baixinho, ora gritando de dor, mas sempre sozinha, sem uma única palavra que aliviasse meu sofrimento tão conhecido e, tantas vezes dito, sem um só carinho que me confortasse.
O pão de queijo de hoje tinha a certeza da liberdade, do gosto bom de quebrar cadeias e poder rir, sabendo que, o que ainda havia, "o pão de queijo levou". Fui correr livre e incrivelmente feliz.
Eu sei que a "pessoa do pão de queijo" nunca lerá isso, o gelo em que ele se transformou, não o permite sair para ver o bem enorme que ele me fez.

domingo, 29 de janeiro de 2012

Funeral de um lavrador

HINO MST

Faleceu Paulo Schilling...

A minha militância política começou no movimento campesino. Dali, uma camponesa foi para um Partido , o PT, sem nada saber sobre partidos e para o movimento sindical, pior ainda pra mim, em conhecimento e em todos eles estava a presença do Paulo Shcilling, gaúcho, jonalista, fundador do PT e atuante na Central Única dos Trabalhadores. Não convivi diretamente com ele, mas muito dele aprendi. Paulo Schilling, assim como Eder Sader, foram os professores indiretos, aos quais agradeço os aprendizados e busco valorizá-los com a minha militância, para não perder nunca o que eles me ensinaram. Eder partiu em 1988 e por algum tempo recentemente eu o confundi, porque, da menina que entrou no PT, muita coisa aconteceu e muito tempo passou sem que eu soubesse que o Eder já havia partido desde 1988. Hoje parte o Paulo Schilling e, desejo, não envergonhar os ensinamentos que deles eu tive. Foram os dois primeiros professores tão queridos que tive na minha juventude e sem os quais, não sei se teria conseguido prosseguir. Consegui e vou caminhando dia a dia na luta, mas sempre lembrando do que aprendi...com eles!  VIVA O PT! VIVA O MST!

sábado, 28 de janeiro de 2012

El breve espacio en que no estas - Pablo Milanés - Vivo

Banda Bassotti - QUE LINDA ES CUBA - CUBA SI, YANQUI NO

Quando se ama muito, a compreensão é imediata.

A primeira vez que fui à Cuba, fui participar do Encontro Internacional contra o Neoliberalismo e a Globalização. Fui com três companheiros de Brasília. Em São Paulo, ficamos horas esperando o momento do embarque pela Cubana. No avião, só com brasileiros, todos indo participar do Encontro, eu tomei um medicamento, para dormir e não ter claustrofobia, em oito horas de vôo e dormi, felizmente. Despertei com o aviso de que já nos aproximávamos de Cuba, meu coração disparou. Logo, eu avistava o aeroporto de Havana e as palavras "Esta é uma terra livre". Abracei minha melhor amiga e chorei. Brasileiros que ficariam na Escola Sindical Lázaro Peña, como eu, fomos recebidos pela diretora da Escola que falava um português impecável. Em meio a baianos, pernambucanos, cariocas, nenhum de nós falávamos espanhol. Um ônibus especialmente para nós, nos deixou na Escola onde, havia estadunidenses, africanos, argentinos, franceses etc. Mas, no caminho até a Escola, tudo o que eu via, era como se eu conhecesse. Era como se eu tivesse de volta pra casa depois de muitos anos distante. Quando tudo foi ajeitado, na Escola, eu fui com minha amiga para o alojamento. Ela me disse que ia descansar um pouco até a hora do almoço e eu disse pra ela que ia dormir. Eu estava exausta de emoção e um tanto confusa e que ela não me chamasse para almoçar. Dormi. Apaguei. Às 19h50 minha amiga me acordou dizendo que eu precisava comer e que o refeitório fecharia às 20h em ponto. Levantei e fui jantar, mas me sentindo um tanto estranha, sem saber exatamente porquê, além da emoção de estar em Cuba. Não demorou muito e eu descobri: Eu estava falando espanhol fluentemente como se fosse meu idioma! Eu me assustei e impressionei a todos. Nem eu acreditava naquilo. Eu nunca tinha estado em Cuba e tudo o que via me era extremamente familiar, eu não falava um "quê" em espanhol e de repente comecei a falar fluentemente. Eu me assustei e contei isso para um dos professores e ele me disse: "Quando amamos muito, compreendemos de imediato". Meu amor por Cuba fez com que eu me sentisse tão familiarizada com tudo o que via e saber e entender a sua voz, era parte fundamental desse grande amor jamais esquecido e que cresce sempre e cada vez mais...Voltei e morei lá e, fui absolutamente feliz, em tudo.

Comisiones de la Conferencia Nacional del Partido Comunista de Cuba

Conferencia Nacional del Partido Comunista de Cuba

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Dança cigana. Música Espanhola.

Gipsy Kings Obsesion De Amor

Musica Cigana

UM BUMBUM E TANTO...

Eu tenho um grande amigo com cerca de 70 anos, milionário e separado de dois casamentos. A amizade começou com uma tentativa de paquera dele fracassada pra namoro, mas bem sucedida para uma grande amizade. Ele sempre me procura, sempre quer sair, sempre quer um chopinho, um cineminha. Mas, passou quase um mês sem me procurar e, quando eu o procurava, ele sempre estava feliz e apressado. Eu o deixei livre. Certamente, estava com alguém. Hoje ele me ligou convidando para almoçarmos juntos e eu aceitei. Conversamos e, depois de certo tempo, ele me disse que havia se afastado de mim, porque andou namorando, mas o namoro já tinha acabado, porque, ele se apaixonou perdidamente por uma moça que tinha um bumbum daqueles e, depois de muito insistir, conseguiu a atenção dela e com isso um relacionamento extremamente feliz, mas que durou pouco, porque ele descobriu que a paixão dele por ela havia sido provocada pelo bumbum e ele se viu enlouquecido por ela. Com o passar dos dias, foi percebendo que nada havia em comum entre eles e as decepções foram dando lugar para o reconhecimento que a atração acabava, até que acabou de fato com ele aliviado entendendo que, sem afinidades, não há bumbum que sustente uma relação.
 Eu  acho que, na vida, a gente pode ter uma pessoa muito boa de cama e que pode ser um companheiro para momentos agradáveis. Qual o problema? Nenhum. O problema é encontrar um Companheiro para compartilhar a vida juntos e que, nem sempre é o "gostosão". O "gostosão" pode ser só para alguns momentos, mas um Companheiro é, a princípio, para a vida inteira. Homens não faltam, mas há que ter critérios e certos valores indispensáveis pra uma vida em comum. Um homem , por mais tudo que ele pareça ser, mas que se encanta e endoidece por um "bumbum", não seria nunca um Companheiro que eu amaria. Para amar alguém é preciso nadar até as profundezas. É lá que estão as pérolas... ou os tubarões. rsrsrsrs

DEPRESSÃO, TRANSTORNO DO PÂNICO e TOC

Eu estava no ônibus indo para o trabalho alegre, apreciando a paisagem e pensando nas coisas que eu tinha para fazer naquele dia. Estava absorta em meus pensamentos quando, de repente, senti uma espécie de sufocamento, pressão violenta no peito e uma sensação terrível de desmaio. Eu pensei que estava enfartando e ao mesmo tempo um medo tão grande que eu não sabia se descia do ônibus e pegava um táxi para o hospital ou se ficava ali mesmo. Eu suava terrivelmente e meu corpo tremia como se algo monstruoso fosse sair de dentro de mim. Confusa e perdida e com vergonha de as pessoas verem que eu passava mal, fiquei ali, tentando me acalmar. Quando cheguei ao trabalho, tive uma crise de choro e ao mesmo tempo de alívio. Fora só um mal estar que não se repetiu mais, naquele dia. Contudo, dias depois, eu estava no cinema, assistindo um filme que eu estava louca pra ver, quando aquilo se repetiu de maneira ainda mais intensa. Saí perdida e confusa do cinema, tomei um táxi e me segurando para não desmaiar. Ao chegar em casa, mais um choro e depois o alívio. Só que, daquela vez, eu fiquei com medo de aquilo se repetir. E, não demorou muito para eu sentir tudo de novo. Os dias passavam e eu sempre sentindo aqueles ataques. Perdi a alegria, perdi o encanto e passei a me isolar, e cada vez mais me isolando mais e mais. Tudo era medo. Por fim, fui orientada a ir ao médico, um psiquiatra.  Em quase duas horas de conversa, tive um novo ataque diante do médico. Ele me acalmou e me disse que eu sou doente de três doenças: Depressão e TOC, sendo essas mais leves e Transtorno do pânico, em maior grau. E, no meu caso, nenhuma delas têm cura. Pensei que fosse loucura, mas ele me explicou que não. Que é como ter diabetes, por exemplo, que não tem cura, mas uma vida tranquila e feliz, é plenamente possível, sabendo sempre que a medicação não pode ser negligenciada. Para os três casos, a medicação é um só remédio: antidepressivo , um comprimido ao dia , todos os dias e um ansiolítico até que o antidepressivo comece a fazer efeito. Descobri também que tinha fobia de medicamentos e, com isso, mesmo com o ansiolítico, se uma pessoa geralmente, sem o ansiolítico,  tem cerca de quatro ataques de pânico por dia até que o antidepressivo comece a fazer efeito, eu tinha oito ataques por dia, mesmo com a ajuda do ansiolítico. O sofrimento é inimaginável e difícil de descrever. Mas, com o passar do tempo e com o efeito do antidepressivo, me senti muito forte e deixei o antidepressivo, ficando só com o ansiolítico. Acabo de chegar de uma consulta, não fui curada e todo esse tempo sem a medicação, aprofundou  meu isolamento me deixando mais frágil e me entregando cada vez mais á solidão, mesmo me sentindo bem acompanhada por mim mesma, todavia, escrevendo compulsivamente e com novos ataques de pânico. Consciente de que não há mesmo cura, retomo à medicação hoje, sabendo que, em breve, a alegria - de toda nunca perdida de fato- voltará junto com o imenso prazer de ser quem eu sou, como sou e de bem com a vida e forte o bastante para lutar contra a minha maior inimiga invisível: eu mesma e com mais força que ela, como me acho frente aos "inimigos" reais. Não temo o preconceito e nem busco solidariedade, porque sei que, em tudo, se a gente não se suportar, quem suportará? Á luta!

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

فلسطين الحرة Free Palestine Palestina livre...

Ana Carolina - Força Estranha HD

FAIXA DE GAZA - A Terra de Demétria

Uma das personagens que criei e que mais amo, é Demétria, nascida na Faixa de Gaza e que  consegue fugir de lá para o Brasil. Demétria está entre as minhas favoritas pela história que traz, de Gaza e pela história que vive, no Brasil onde, passa a se chamar Isadora, mas também Thaís.
Se conhecer Gaza é o desejo de alguns, é também um pesadelo para outros e há que ter muita vontade, muita força  e estrutura. A começar pela permissão de chegar lá onde, se faz necessário o uso de vários meios e de muita gana e disposição, sendo melhor, talvez, viajar pela imaginação muito mais prática e
sem nenhuma dificuldade de ultrapassar as milhares de barreiras impostas pela realidade e, mesmo que, vencidas as barreiras, há o alerta de altíssimos riscos, sendo desaconselhável prosseguir.
A Faixa de Gaza é um território Palestino que faz fronteira com o Egito no sul  e com Israel ao norte e ao leste e a surpresa: É um dos territórios mais povoados do Planeta e onde se concentra também uma das mais jovens populações do mundo entre 0 e 14 anos.
Gaza fica na faixa costeira do Mar Mediterrâneo, do Médio Oriente. Seu território é cercado por muralhas impostas pelo Egito e por Israel.  Os espaços aéreos e marítimos são do controle de Israel.
Uma região de total penúria ,  sofrida e uma intensa escassez de água e um isolamento terrível. Praticamente não há indústrias e quase tudo é importado. Apenas cerca de 13% do território é de áreas produtivas, todo o resto é árido, o clima é temperado, com verões extremamente secos e quentes.
Os refugiados da Primeira Guerra árabe-israelense , que criou o Estado de Israel, foram para Gaza, razão pela qual, mais de 60% da população é de refugiados da Primeira Guerra árabe- israelense e da Guerra de 1967. A maioria é mulçumana sunita e a minoria cristã, todavia, nem todos são religiosos.
Gaza tinha um aeroporto que passou a ser chamado de Aeroporto Yasser Arafat, mas foi desativado por ordem do Governo de Israel.
Em 2006 o Partido Hamas venceu as eleições palestinas, tendo praticamente a hegemonia em Gaza. Os idiomas são árabe e hebraico.
Um lugar de muita solidão, dor e conflitos. As crianças não têm uma infãncia tranquila, embora os ataques de Israel tenham reduzido,  estão sempre na defensiva de um ataque surpresa. E, vivem conforme podem e sob a covardia dos que teriam poder de decidir, por fim,  uma Palestina Livre.
O que mais me comove é saber que Israel  teve seu povo sob o domínio do nazismo e o holocausto e não tem a menor sensibilidade com os Palestinos.
Quem leu ou lê a Bíblia, verá que o povo de Israel sempre foi duro de coração. Se for verdade que queriam "controlar o mundo" , não conseguiram, mas se somaram ao imperialismo e se orgulham de manter sob seu domínio um povo  maltratado, mutilado e cada vez mais sofrido pela ostentação de uma Israel sem misericórdia e vaidosa, orgulhosa de dominar sob a dor, desde que domine. Isso vai acabar e Israel verá pasma, uma nova Terra, orgulhosamente reerguida e vitoriosa chamada PALESTINA LIVRE!



Um livro publicado...

Nunca foi um sonho que eu persegui. Eu apenas gosto de escrever romances e me divirto e me aborreço também. É gostoso e divertido criar personagens, inventar situações, mas também é de dar nos nervos quando esses personagens começam a brigar. Como vivemos numa democracia às vezes eu converso com eles de modo a convecê-los de que eu estou certa, às vezes eles me convencem de que eu estou errada. Não sei se isso acontece com os grandes escritores, mas acontece comigo. De qualquer maneira, eu adoro escrever. Ter o romance Maria do Mato publicado, por eu ter postado na internet o resumo dele  e a Seven System ter se interessado por ele, foi muito emocionante. Todavia, dos sessenta livros que eu comprei para Noites de Autógrafos, apenas vinte foram vendidos, porque, no lançamento em Mossoró, não houve divulgação. A divulgação se deu praticamente no dia em que eu cheguei e a alegria de ter parte da minha família e amigos a me prestigiar naquele momento. Uma das minhas tias se interesssou muito pelo livro e lutou muito por mim, conseguindo apoio para que eu pudesse fazer novo lançamento, na Feira do Livro de Mossoró, onde teve muita divulgação com entrevistas em jornais e televisão. Em resumo: dos sesssetna comprados por mim para serem vendidos na Noite de Autógrafos, não foram vendidos mais que vinte exemplares e alguns poucos pela internet. É um livro encalhado que eu mesma fui à Feira do Livro, do Rio de Janeiro, receber um certificado e a Maria do Mato sequer estava à venda. Mesmo assim, adoro escrever e o que for possível publicar, fico feliz e o que não for possível - uma vez que são muitos - vão ficando por aqui, no Blog.
Em 1997, eu escrevi o romance A Força da Dor, a história de uma mulher nascida na Faixa de Gaza e que eu não tinha praticamente nenhuma noção sobre Gaza, sua cultura, seu povo, principalmente, a sua História, salvo que era mais um País sob do domínio de Israel. Eu não tinha computador, senão o do CNPq onde, nas horas vagas, eu escrevia e sem acesso á internet. Assim, criei a "Gaza" que eu imaginava ( onde há um texto do livro aqui postado) e a história que foi sendo desenvolvida.
Recentemente, relendo esse romance, com mais conhecimento e informações sobre Gaza, pude ver que pouco errei sobre o que eu criei e agora mais certa ainda disso.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

"La tarde pidiendo amor" de Nicolás Guillén

João Bosco_Memória da Pele [legendado]

¿No es hora de que el Gobierno cubano comience a pedir explicaciones por...

Paul Mauriat - If you go away "Ne me quitte pas" (1988)

Que mancada e que raiva!

Eu tinha uma afinidade muito grande com uma pessoa e achava que ele era o máximo. Eu me orgulhava muito de estarmos tão próximos de uma grande amizade. De repente, as coisas mudaram. Sem que eu soubesse a razão exata do motivo da raiva ou do ódio dele por mim, eu buscava a resposta feito uma doida querendo recuperar o que perdeu e ele era só silêncio. Por fim, quem cansou fui eu e não quis mais saber dele. Tanto fazia ou tanto faz a existência dele. E, tudo o que fiz depois disso, foi só deixar claro, embora ele jamais tivesse perguntado, que eu o quero longe de mim. Ontem, eu tomava umas cervejinhas e exagerei. Quis muito, muito mesmo mandar uma mensagem, pelo celular, para um amigo meu, porque, onde eu estava, havia muito barulho e não dava pra falar ao telefone, ainda mais que era interurbano, pro Rio. Mandei a mensagem pro meu amigo querido. Não houve resposta, mas, como uma "transmissão de pensamentos", ele me ligou. Eu perguntei se era por causa da mensagem que eu havia mandado e ele disse que não tinha recebido mensagem nenhuma. Depois de falar com ele, mandei uma mensagem pro número me desculpando e dizendo que não sabia de quem era aquele telefone. Quando anoto um número de celular com pressa, eu coloco letras e só depois, se lembrar, coloco o número certo. Ah, a mensagem que eu mandei, descobri depois pau da vida comigo, foi justamente pro cara que eu mesma decidi nunca mais querer qualquer aproximação com ele. Ô RAIVA!!!!!!!

sábado, 21 de janeiro de 2012

Somewhere over the rainbow - Eric clapton

Ricky Martin - Livin' La Vida Loca

" Longe Dele"

Glauco girou o trinco da porta levemente e devagar entrou na sala iluminada por uma luz de tom lilás e o som de uma música de médio tom quebrava o silêncio daquele momento da paz, por ele, há muito desejado. Sabia que algo estava para acontecer e sentou no sofá. Viu que sobre a mesinha ao lado havia champanhe. Serviu-se de uma taça. Logo, a luz  lilás mudou rapidamente para um belo tom de azul. Sob ela a imagem de Marianne coberta por um véu comprido de cor preta. O ritmo da música mudou e o corpo dela começou a se mexer conforme o ritmo. Lentamente, o véu que a cobria caiu, revelando longos cabelos escuros e brilhantes, um corpo perfeito vestido com lindas lingeries de renda branca. Linda ela dançava. Aos poucos se abaixava e se movia no chão como a se rastejar. Seguindo o ritmo da música, ela se aproximou de uma cadeira e de forma extremamente sensual, brincava com a cadeira, sempre seguindo o ritmo musical e cada vez mais sensual. Quando o acorde da música vibrou mais forte, ela se aproximou de Glauco e com força, puxou o sutiã, abrindo-o pelo meio, deixando sobressaltar os seios perfeitos. Mais próxima ainda de Glauco, ela colocou uma das pernas entre as pernas dele jogando o corpo para traz. Glauco logo a segurou pela cintura. Com a outra mão, ele derramava a champanhe sobre ela. Quando a champanhe começou a escorrer pelo corpo de Marianne, ele a puxou com mais força para perto dele e começou a beber a champanhe que escorria nela. Marianne apertou a cabeça dele com força contra o corpo dela. Por fim, ele a puxou para ele e os dois trocaram um intenso e profundo beijo. Ali mesmo se amaram. Depois do amor, Marianne serviu a champanhe para os dois e disse:
- Bem-vindo, Presidente, de volta à Bahia.
Glauco sorriu e dizendo:
- Não só à Bahia, Marianne, mas ao amor interrompido por tanto tempo nos deixando separados e uma filha que nos uniu novamente. Eu posso não ser o Presidente da República dos seus sonhos, mas sou o homem que mais amou e mais ama você no mundo.
- Pode não ser o Presidente da Répública dos meus sonhos, Glauco, mas é o único homem que eu verdeiramente amei...e amo e sei que será pra sempre!

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

You Are My Hiding Place.

"A Força da Dor - Demétria

Demétria olhava o mar, quando Caio se retirava, ela começou a falar:
- A lua, tão linda, tão grande ainda fica mais linda quando cheia se banhando despudorada sobre o mar, como se ele a possuísse ou ela a ele. O mar nem tudo testesmunha. A lua, por mais escondida que esteja tudo vê, tudo sabe...
Caio parou e ficou ouvindo Demétria que continuava:
- A lua e sua infinita beleza, cheia, tudo clareia e testemunha os amantes, inspira os poetas...O mar guarda os segredos, mas muita coisa não vê. A lua vê e não testemunha só os amantes e inspira os poetas. Ela também está no deserto, na solidão, na morte, na guerra, no ódio, no amor...- Os olhos dela começavam a encher de lágrimas - Eu nasci na Faixa de Gaza e ninguém lá pode dizer que tem uma infância feliz, porque, por onde a gente anda, sabe que, a qualquer momento, verá sangue, muito sangue derramado, muita  dor, muito medo. É o tormento, todo o tempo, a cada dia, a cada hora, a cada minuto, a cada segundo...Tudo é sombra e tristeza. Mesmo assim, a gente busca tirar daquilo tudo, algo de bom, mesmo que o bom, seja apenas alguns pequenos momentos. Eu sou a segunda filha de uma família de oito irmãos. Éramos onze em nossa pequena casa em Gaza. Meus sete irmãos, meu pai e minha mãe. Nós éramos muito pobres, numa terra de vida precária demais, faltava água, faltava comida e víviamos sob o domínio de Israel. Mamãe cuidava de todos nós com muita dedicação e amor. Papai passava o dia fora tentando trazer sustento pra nós e nos amava imensamente. Mesmo cansado demais, por anos ele dormia sentado, com a cabeça sobre a mesa da pequena sala, sempre com uma arma na mão, pra nos proteger a todos. Meu irmão mais velho, com dezessete anos, desde os sete anos, dormia ao lado do meu pai, segurando também uma arma. Eu ficava escondida atrás da cortina de pano velho e rasgado que era o que separava a sala do único quarto onde todos dormiam amontoados. Naquela noite, eu tinha acabado de fazer dezesseis anos. Papai e meu irmão dormiam, como sempre, debruçados sobre a mesa, com as armas nas mãos, quando, de repente, dois soldados empurraram a porta e entraram atirando, acertando meu irmão e meu pai, antes que eles sequer despertassem direito, depois, puxaram a cortina e atiraram na minha mãe e em todos os meus irmãos que dormiam. Todos mortos com tiros na cabeça. Depois, partiram, como se nada tivessem feito. Eu tremia desesperada e nem podia gritar. Saí de trás da cortina e vi meu pai ainda vivo me olhando e , com mãos trêmulas, empurrando a arma pra mim. Quando eu peguei a arma das mãos dele, ele já estava morto. Eu saí com aquela arma na mão, cega de dor e de ódio, sem saber ao certo que rumo tomar, mas certa do que eu tinha que fazer. Era lua cheia. Tudo clareava menos a minha visão, cega de tanta dor e do que fazer. Os soldados estavam acampados um tanto distante de casa e eu fui, com a cara e a força da minha dor, na direção deles. Lembro que pessoas me avisavam que a direção que eu tomava, era de um campo minado. Eu não temi. Quem perde tudo, perde o medo também. Passei por aquele campo minado, sem um arranhão. O primeiro soldado que vi, foi justamente o mais cruel dos dois que mataram a minha família. Ele dormia e eu o acordei. Quando ele me olhou, sentiu o cano frio da minha arma na cabeça dele e, talvez, a minha própria frieza. Atirei e ele cai morto. Os outros despertaram e começaram a atirar e eu saí correndo, passando de novo, pelo campo minado. Eu morreria naquele campo minado, mas jamais nas mãos ou pelas mãos do inimigo. Atravessei de novo aquele campo ilesa, mas vi e ouvi os gritos atrás de mim, de corpos explodindo no ar. Eu não matei só um soldado. Eu matei também os que queriam me matar e não sei quantos foram, naquele campo minado. Eu fui me esconder, num cubículo que só meu irmão e eu sabíamos dele. Um lugar erguido com madeira podre, num quadrado que mal me cabia em pé e uma porta que eu fechei. Lá dentro havia sangue, fezes, urina, moscas, mosquitos tudo era insuportavelmente fedido e nojento. Não dava sequer para sentar, muito menos pra deitar e eu estava cheia de dor, de medo, de pavor sentia as minhas necessidades escorrerem pelas minhas pernas, não tinha como me limpar e elas se somavam ao cheiro insuportável daquele lugar. Em pé eu cochilava. Tudo era escuro e assustador. Eu não sabia se era dia se era noite e nem quanto tempo estava ali. Eu vomitava de nojo e nem tinha sede, nem fome. Tudo era exaustão física e emocional. Eu só esperava a morte chegar. E, como ela demorava aumentando cada vez mais e mais meu sofrimento indescritível...

"A Força da Dor"

 -Demétria chegou à enorme varanda de frente para o mar. Caio Ravel se aproximou dela, com um copo de uísque na mão e perguntou: - Afinal, de quem é o aniversário  hoje? De Thaís que eu conheci, tentando pular a ponte para se matar, grávida e que havia fugido da clínica e a quem eu dei a mão e anos depois descobri que aquele filho que ela esperava era criado por mim, numa trama diabólica de Luciana e Laerte? Ou Isadora, a sindicalista de anos atrás que me azucrinava quando eu era Ministro e me apaixonei perdidamente por ela, mas aprendi a odiá-la, ao saber que ao mesmo tempo em que ela se entregava a mim, me traía tentando provar que o filho dela era o mesmo que eu criava prensando ser meu com Luciana e fez tudo o que fez?
- Não precisa repetir que me odeia, Ministro, porque com o mesmo amor que você me amou eu o amei...- Interrompeu Demétria.
- Ou será aniversário de Demétria, que eu me casei, por conveniência, por pena dela, pena de mim e um amor imenso pelo meu filho que é dela também? Da assassina? Da terrorista?
- Hoje é o meu aniversário, só isso. - Interompeu Demétria outra vez.
Caio olhou para ela irônico e debochado.
- Bem, de qualquer maneira eu não pretendo comemorar o aniversário de quem quer que seja.- Disse Caio se retirando.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Placido Domingo y Simon Diaz - Caballo Viejo

April Stevens - Teach Me Tiger (1965 Version)

AMOR DE "VELHO".

 Havia ou ainda há uma propaganda do Governo do DF, divulgando o Banco Regional de Brasília ( estadual), onde um grupo de idosos estão jogando, quando um deles recebe uma mensagem no celular que diz" aceito casar com você". Feliz, ele compartilha sua alegria com os amigos dizendo: "A Glorinha aceitou!". Embora, a "Glorinha" não apareça na propaganda, supõe-se que se trata de uma mulher de idade compatível com a dele. Os amigos decidem pagar para comemorar a alegria do outro. Uma propaganda de bom gosto ao mesmo tempo tratando de certo romantismo e vendendo o peixe que é ter uma conta no BRB e suas facilidades. O que me chamou a atenção na singeleza da propaganda foi o fato de não usar jovens sarados e lindos , mas idosos a vibrarem com o amor correspondido do amigo também idoso. Além disso, dá uma certa quebra no preconceito de que idosos não se apaixonam entre si ou um idoso seria muito mais atraente com uma conta bancária e uma moça bem mais jovem que ele, como a vender a idéia de que um homem bem sucedido e de certa idade é mais atraente se acompanhado de uma jovem mulher linda. Mas, também não há como negar que existe preconceito quando isso acontece, ou seja, quando um homem tem uma relação com uma mulher bem mais jovem que ele, pior ainda se for linda. A idéia que surge de imediato quando um casal formado por um homem bem mais velho com uma jovem mulher e bonita é sempre de que ela está com ele por dinheiro. O mesmo não ocorre quando a mulher é jovem, mas não é bonita. Nem todas as mulheres que estão com homens bem mais velhos que elas estão com eles por dinheiro, até mesmo porque, nem sempre esse homem mais velho é realmente um milionário. Pode ser também um homem simples, apaixonante, vibrante e que cultiva valores por muitos já esquecidos ou sequer conhecidos. Dizer que um homem bem mais velho com uma mulher bem mais jovem é porque ele é um "desqualificado" não faz nenhum sentido, afinal, caráter se tem jovem ou idoso, a idade não qualifica o mau caratismo de um homem. Todavia, é fato de que chama a atenção um casal "desproporcional" na idade. Também chama a atenção e o preconceito de forma bem pior quando a mulher é a idosa e seu companheiro bem mais jovem e lindo, neste caso, a mulher é triturada em sua moral. Mas, outro dia eu fui ao casamento de uma mulher de oitenta anos com um homem de 68 anos, ambos aposentados, ambos do mesmo nível, ambos com rendas próximas, ele com salário maior que o dela. Os comentários foram os mais variados desde a idade deles para se casarem, principalmente a dela, até o fato de um dos dois estarem doentes, esclerosados. Ora, o encontro, o amor, o casamento têm idades estabelecidas e uma regra a ser devidamente crumpida a tal ponto de se negarem a entrega e a vida sentimentalmente feliz? Não acredito nisso. Acredito, sim, que há muito preconceito contra as relações onde idosos livres encontram seus pares para seguirem felizes pela vida. O amor tem direitos e um deles é a liberdade de amar, sem medo da felicidade, ainda que tardia, aos olhos dos preconceituosos. Amor de "velho" ou de adolescentes, tanto faz, desde que seja amor e verdadeiro.

SARA GONZALES - Su Nombre el Pueble

Girón la victoria - Sara González

Entrevista: Silvio Rodríguez, bloguero cubano

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Uma viagem já inesquecível...

O roteiro da viagem oferecida era conhecer a Europa, todavia, nunca esteve nos meus desejos de conhecer, menos agora, falida e atolada. Talvez, fosse mais interessante conhecer outros lugares onde nasceram algumas das personages dos meus romances. Estar onde nunca estive, mas que as personagens nasceram de idéias de coisas que vi ou ouvi. Seria interessante conhecer a terra de Demétria, do livro " A Força da Dor", nascida na Faixa de Gaza, onde teve toda a família assassinada e, como a única sobrevivente, fugiu de Gaza, depois de assassinar um dos dois yanques que mataram sua família. Mas, uma viagem para Gaza agora, valeria mesmo a pena? Pensei, então, em Clair, do romance "Ressuscita-me!", nascida numa tribo indígena, fruto da experiência inescrupulosa de um cientista estadunidense e que foi arrancada dos braços de sua mãe e criada nos EUA, sem nada saber da sua história e que, por causa de sua correspondência, por e-mails, com um famoso cientista brasileiro, vem conhecer o Brasil e descobre a sua história e um amor cheio de mágoas e ódio, pelo famoso maestro Duque Leonardo. Estados Unidos agora? Nunca esteve nos meus sonhos, nem a Disney, das princesas dos sonhos infantis de uma menina que, de princesa, só tinha mesmo a fantasia, todo o resto, era dureza. Passear pela América Latina, onde alguns países mudaram seus rumos e se tornaram diferentes da América Latina que apaixonou Che Guevara e onde nasceu, no Chile, ainda ditador nas mãos de Piñera, a bela Isadora, do romance " Como a corsa em pastos verdejantes". Invés de sair pelos países transformados na América Latina, por que não, adentrar os sertões e agrestes do Brasil, onde viveu Rafaela, do romance " Maria do Mato"? Mas, neste caso, teria que ir para a Europa, para a Espanha mais precisamente, também e conhecer o Castelo de Aranjuez ou mesmo a origem de Rodrigo, de "Comadre Florzinha"e Malagueña, assim registrada em homenagem a música "Malagueña Salerosa". Na dúvida e ponderações, decidimos por um roteiro que eu, particularmente, estou conhecendo e escrevendo tudo o que vejo e vivo, numa espécie de diário que postarei aqui, quando a viagem acabar. Por tudo que estou podendo conhecer e viver, acho que foi a opção mais acertada. Está realmente valendo a pena, mas já começa a acabar. Em fevereiro retorno à rotina e com muitas coisas para contar e muitas outras para concluir, considerando que o que atrasou, atrasado não foi possível concluir para, em março, disponiblizar. O jeito foi relaxar e aproveitar.

Maria Callas "Mon coeur s'ouvre a ta voix "

Maria Callas - J'ai perdu mon Eurydice.wmv

Para autoridades, "Operação Cracolândia" é um desastre

Querida amiga, Isabela

Eu adorei o seu trabalho. Ficou lindo! Muito obrigada ! Ficou mesmo a minha cara e com as coisas que eu gosto. Com as "aulinhas" que vc mandou para o meu e-mail vou tentando acertar. Até a viagem ficou mto legal. Valeu mto ter deixado o notbook com vc e a senha. Obrigada mesmo! Bjus

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

O Presente comprado pra um e que foi a alegria de outro.

Ontem foi aniversário de um grande e querido amigo meu e ele me pediu de presente que eu dançasse música cigana pra ele. Eu contestei, porque faz anos que não danço, mesmo assim, ele insistiu e eu concordei. Eu havia tido um dia cheio de tarefas: trabalho, um evento à tarde e uma reunião logo em seguida. Cheguei em casa e ainda fui ver meus e-mails. Depois fui tomar banho e ainda começava a me arrumar, quando ele ligou um tanto aflito querendo saber se eu ia ou não. Eu respondi que estava me arrumando e que havia tido um dia cheio...Ele me interrompeu querendo saber o que eu tentava justificar e eu disse:
- Faz um tempo que eu comprei um presente para alguém que eu pensei que fóssemos ser muito amigos e, por timidez, eu nunca entreguei o presente pra ele. Na véspera do ano novo, como no dia seguinte, seria aniversário dos 53 anos da Revolução Cubana, eu lembrei e mandei uma mensagem pra ele, sem dizer qual era o presente e, ele, nunca me respondeu, porque não nos tornamos amigos, como um dia eu imaginei. O silêncio dele foi a recusa ao meu presente e eu lembrei de você. Desculpe-me, falar assim...
Ele me interrompeu:
- Quer fazer o favor de vir logo que eu quero você dançando e traga a merda que for. Será bem-vindo o presente que foi recusado. Venha logo. Venha já!
Eu fui. Quando cheguei na festa, abracei e beijei o meu amigo tão querido muitas vezes e entreguei o pequeno presente. Ele abriu um tanto desinteressado - afinal, o presente era pra outro ( coisa feia da minha parte, mas eu não tinha tido tempo mesmo de comprar um presente pra ele e não queria ficar com aquele pra mim, porque, não foi comprado pra mim, mas para oferecer à outra pessoa) - mas quando ele viu o presente, os olhos dele lacrimejaram e ele emudeceu. Eu fique sem jeito. Depois, ele me abraçou fortemente e me disse emocionado:
- Nunca imaginei ganhar um presente desses. Até quando você me surpreenderá? Muito, muito obrigado e que sorte eu tenho de ter você como minha amiga mais querida e do "dono do presente" ter recusado. Eu adorei! Adoro esse cara e nem sabia que você gostava também.
Eu que me emocionei.
O presente? Um mimo de um artista que adoro: Guayasamin, que encontrei numa pequena loja, numa entrequadra de Brasília, especialiazada em réplicas de obras de arte e foi uma surpresa ver uma réplica sensual de um dos trabalhos desse grande artista equatoriano, com tudo a ver com Cuba.
Depois de umas cervejas, eu dancei pra ele e tive uma festa inesquecível.
A vida é dura, mas a arte de torná-la um canto de encanto, é, pra mim, o maior desafio e conseguir, a mais extraordinária vitória.
Na verdade, o aniversário dele é hoje, mas hoje ele embarcou para Havana.
Feliz Aniversário, Didiê! Muitas e muitas alegrias! Beijos

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Coincidências que quase me fizeram desistir...

Há muito tempo eu escrevi o romance " Ao lado dele" que contava a história de uma moça que teve o filho, recém nascido, roubado. Por anos ela vagou à procura desse filho e o encontrou sendo criado por um homem rico e poderoso, de onde surge uma história de amor entre os dois. Meses depois de escrever esse romance, veio à tona a história de Pedrinho, o menino que fora roubado da mãe, ainda no hospital e que foi reencontrado muitos anos depois. Logo, Glória Perez escrevia a novela baseada neste fato real. Guardei, então, o meu romance. Eu havia há muito escrito também " Por todo o tempo", a história de amor de Raquel - médica mastologista e herdeira de um teatrinho de bonecos - e o Bispo Fernando - um pastor inescrupuloso. Meses depois, eu conheci o You Tube e vi um vídeo do Edir Macedo, ensinando os pastores a "roubarem" os fiéis. Desisti de tentar publicá-lo, porque eu nunca soubera de tal fato envolvendo o Bispo Edir Macedo e que se repetiu quase da mesma maneira, em "Por todo o Tempo". Mais um livro guardado. Eu tinha acabado de escrever "Comadre Florzinha", quando, na novela aparecia a Glória Pires, interpretando a Norma, com quase a mesma história da Malagueña. Tive que esperar a novela do Gilberto Braga terminar, para poder reescrever "Comadre Florzinha" já com perspectivas de publicação em março ou abril. Recentemente eu mesma vivi uma história e me lembrei de outro romance que eu havia escrito: "Ressuscita-me!", a história de amor de Ester e o maestro Duque Leonardo. Eu só me lembrei desse livro, quando eu mesma me vi na mesma situação que Ester. Agora, estou reescrevendo. Embora, seja uma história pessoal, de qualquer maneira não desejo passá-la adiante em "Ressuscita-me!", pois em nenhuma circunstância os romances que escrevo, jamais os vivi. Estou relendo "Ressuscita-me!" para alterar, pois o maestro Duque Leonardo é um promíscuo, mau caráter, canalha nada a ver com o homem que eu amei que nem de longe, acho isso dele. Muito pelo contrário. Considero-o um homem íntegro, digno e tão bonito que eu me envolvi por ele. A idéia de ser rejeitada por um homem, não me faz achá-lo um canalha. Ele apenas não me quer.
Houve outros romances que coincidiram com fatos da vida real ou ficção, como no caso de "Comadre Florzinha" que eu tive que modificar muito ou quase tudo. Os outros, eu não tenho tempo de reescrevê-los, então, daqui pra frente são novos romances e torcendo para não parar no meio do caminho por causa de mais uma coincidência.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Mais trechos de Comadre Florzinha...

Malagueña sentia dor, quando Rose entrou no quarto.
- Tem uma tal de Luana linda como o quê querendo falar com você.
- Espero que seja coisa rápida. Sinto dores.
- Oxente!Será que o bebê já vai nascer?
- Não sei, mas acho melhor avisar Rodrigo. Pode fazer isso, Rose?
- Vou ligar agora mesmo.
 Ao descer as escadas Malagueña logo viu Luana.
- Você quer falar comigo?
- Ah, muito prazer, Malagueña, eu sou Luana.
- O prazer é meu. - Disse Malagueña sentindo as dores aumentarem. - Como você é linda, Luana. Nunca vi uma mulher tão linda!
(...)
Luana gritava com Malagueña que cada vez mais sentia as dores do parto e de seu coração aumentarem.
- Feia, burra e idiota, Malagueña! Então, você achava mesmo que Rodrigo amaria você? Burra!
- Ele me ama. Ele fez de tudo pra que eu o amasse...
- Claro, sua burra! Você não queria casar...Uma menina criada em beira de praia e ainda esnobando um homem podre de rico e lindo como Rodrigo...Acreditou mesmo que Rodrigo não mudaria o mundo pra se casar com você?
(...)
Naquele momento, Rose passava pela sala com uma arma na mão. Malagueña correu e pegou a arma das mãos de Rose e sem pensar atirou acertando Rodrigo que caiu ferido. Luana se abaixou para socorrê-lo gritando para Malagueña:
- Assassina! Assassina! Você o matou! Assassina!
Rose se aproximou de Malagueña puxando-a.
- Venha logo o bebê está nascendo!
Malagueña estava paralisada sem saber o que fazer. Rose a puxou e a levou para um lugar que só ela conhecia naquela imensidão do terreno onde ficava a mansão.
(...)
- Graças a Deus, nasceu, Malagueña! É o menino mais lindo do mundo...- Avisava Rose feliz.
- E, eu matei o pai dele.
- Virgem Maria! É mesmo! Tinha esquecido disso! Precisa fugir, Malagueña. Logo,a polícia estará aqui.
- Entregue Miguel pra dona Odete.
- Você matou o filho dela!
- Mesmo assim, ela criará Miguel. Entregue meu filho pra ela.
(...)
Durante toda a viagem no ônibus, do Rio de Janeiro para Pernambuco, Malagueña se sentia mal. Ao chegar finalmente, com o dinheiro que Rose lhe dera, Malagueña partiu para a praia da Lua. Ao chegar, viu que havia certo movimento em casa de sua mãe. Viu Radamés de longe e conseguiu ser vista por ele.
- Porque está escondida, Malagueña?
- Matei Rodrigo!
- Valha-me Deus! - Exclamou Radamés levando uma das mãos à boca.
- Quero ver mainha...Estou passando mal. Tive meu filho e logo já estava num ônibus. Por que, tem tanta gente na casa de mainha?
Radamés começou a chorar.
- O que aconteceu com mainha? - Perguntou Malagueña já desesperada.
- Morreu. Um enfarte...- Radamés não concluiu a frase. Malagueña desmaiara.
(...)
Depois de recuperada, Malagueña disse para Radamés:
- Logo, a polícia me encontrará. Preciso partir.
- E, vai pra onde, criatura?
- Me embrenhar nos matos...
- Misericórdia! - Exclamou Radamés - Que vida levará, por Deus?
Malagueña olhou o mar, depois olhou o céu e respondeu com os olhos cheios de lágrimas:
- Ser tudo o que mais tive medo na vida.
- E o que é?
Ela sorriu amarga.
- Serei Comadre Florzinha.
(...)
Dez anos depois...
(...)

Rodrigo estava tocando piano no casarão, quando Malagueña adentrou.
- Valha-me, Deus! É Comadre Florzinha! Fuja doutor! Fuja logo! Ela mata quem vê na frente! - Gritava Manoel enquanto corria.
Rodrigo olhou aquela criatura horrenda sem saber o que fazer. Malagueña puxou o facão e antes que ele esperasse, derrubou-o ao chão.
- Desgraçado! Todos esses anos eu vivi como uma miserável e você não morreu. Tudo uma farsa montada por você e aquela desgraçada da sua mulher! Ah, mas se eu não matei antes...Mato agora! - Gritava Malagueña sobre o corpo de Rodrigo, com o facão já apertando a garganta dele, deixando-o completamente imobilizado. A voz de uma garoto ao longe distraiu Malagueña, que logo foi dominada por Rodrigo.
- Papai! - Chamou Miguel entrando na varanda.
- Quem é? - Perguntou Malagueña.
- Meu filho Miguel. - Respondeu Rodrigo enquanto a dominava cada vez mais. - Ordinária! Louca! Por pouco você não me matou! - Gritou Rodrigo.
Malagueña começou a chorar.
- Por favor, não deixe que ele me veja assim...-Ela implorou e Rodrigou a soltou. Malagueña saiu correndo.
(...)
Radamés correu assim que recebeu o telefonema. Malagueña o esperava ansiosa. Ela estava de costas, quando ouviu seu nome quase num mumúrio emocionado:
- Malagueña...
Quando ela se virou, Radamés sentiu as pernas bambearem, o coração apertar.
- Como você está linda! Linda! Linda! - Ele exclamava fascinado com a extraordinária beleza dela.

kkkkkkk O começo e o final desta história estará disponível no final de março ou iníco de abril pela Editora Seven System.

Pequenos Trechos de Comadre Florzinha

Rose e Luciana chegaram do shopping. Ao adentrarem a sala, os empregados logo foram ao encontro  das duas.
- Peguem tudo que está carro. - Ordenou Rose enquanto se dirigia ao bar da mansão se servir de uma dose de uísque.
- Mamãe, eu acho que não vou querer aquele vestido azul. - Comentou Luciana.
Rose olhou para a filha já com o copo de uísque na mão.
- Você se parece demais com a sua mãe...
- Minha mãe é você! - Reclamou Luciana.
- Está bem. Você se parece demais com Luana, tão fútil quanto ela.
- Mas, nunca serei rainha de bateria, pode apostar. - Interrompeu Luciana.
- Não mesmo. Luana era extraordináriamente linda. Perfeita. Um corpo como jamais vi. Tudo nela era lindo e absurdamente perfeito...
Rose falava quando Radamés entrou na sala.
- Dona Rose...
- O que é bicha louca? - Perguntou Rose irritada.
- É só pra lhe avisar que o doutor Rodrigo já chegou.
- Papai em casa a esta hora? - Peguntou Luciana surpresa.
Radamés e Rose trocaram um olhar. Rose disse:
- Vou ver meu marido.
- Melhor, não. Ele disse que não quer ser incomodado. - Avisou Radamés.
Encarando o empregado, Rose afirmou:
- Acontece que ele é meu marido!
Subindo as escadas da mansão, Rose logo começou a ouvir o som do violão dedilhando Malagueña Salerosa.
Na sala, Luciana perguntava para Radamés:
- Por que papai já está em casa e não quer ser incomodado?
- Porque mais tarde chegam sua avó Odete e seu irmão Miguel.
- Ai, meu Deus! Que notícia linda!
(...)

Dez anos antes.
(...)
Malagueña entrava na Igreja num vestido de noiva simples e amparada pelo irmão. Rodrigo estava de costas e, ao ouvir a música que anunciava a entrada de sua noiva, ele se virou e sorriu. Malagueña mal conseguia andar. Com esforço, chegou próxima do altar. Rodrigo perguntou:
- É tão ruim assim casar comigo?
- Você sabe que amo outro homem.
- Por acaso era um que estava no casarão da praia da Lua, em Pernambuco, onde você morava? Um homem feio, com uma cicatriz enorme no rosto, que lhe ensinava etiquetas e amou você...Um homem chamado Alejandro com quem você deixou sua virgindade?
Malagueña olhou pra ele incrédula.
- Como sabe de tudo isso?
- Você não queria se casar comigo no cumprimento da promessa feita pelos nossos pais...
- Você se disfarçou de Alejandro para que eu amasse você e aceitasse me casar para que você não perdesse tanto dinheiro? - Perguntou Malagueña indignada.
- Não. Eu fui o "fatasma da ópera" por amar você e querer que você me amasse justamente para que não tívessemos que nos casar por causa de uma promessa e...dinheiro...
Os olhos de Malagueña se enchiam de lágrimas.
- Era você todo o tempo...- Ela balbuciou.
- Eu. Eu que te amo tanto...

" Ressuscita-me!"

- Eu o amei desde a primeira vez que ele me tocou, eu o amei e sabia que seria pra sempre. Mas, não foi a mim que ele amou, foi a farsa que eu montei, me passando por Isabelle. Tão logo ele soube que Isabelle era eu, Ester, ele me ignorou. Eu nem sei quantas cartas escrevi pra ele e ele nunca respondeu. Eu não sei quantas vezes tentei falar com ele e ele não deixou. Ele pôs todas as barreiras e bloqueios de modo que eu jamais chegasse perto dele. O ódio dele por mim me faz pensar que ele sequer leu minhas cartas, sequer viu meu coração despedaçado consumido pela culpa de tê-lo engando, pela perda, pela dor... Eu me fiz outra mulher, outra farsa que ele amou e ao descobrir que era eu de novo, criou mais e mais bloqueios, mas eu sempre dava um jeito de me aproximar. Eu fui muitas mulheres de diferentes aparências, mas sempre a mesma a amá-lo. Era com o silêncio que ele me humilhava e batia, por vezes , mesmo sem ser tocada, meu corpo doía, eu gemia de dor das pancadas dele, todas pelo silêncio dele. Todavia, algo em mim, queria de alguma forma tê-lo e protegê-lo, apesar de tudo, sem compreender ou sem querer aceitar que ele,  um maestro brilhante, aclamado e adorado por milhões, amante da música que de tão lindas me faziam chorar, pudesse ser tão duro e humilhar e bater tanto numa mulher sem jamais tocá-la. O silêncio dele era como açoites impiedosos carregados de ódio e rejeição. Mas, na última farsa que montei para ter dele o amor, mesmo que falso e roubado, ele logo descobriu. Mesmo assim, sozinha, doída, humilhada eu, ainda pedi um abraço pra ele, por telefone que ele desligou sem nada dizer. Eu pedi um abraço porque sentia frio, solidão e dor e ele me deu o mais doloroso tapa que uma mulher poderia senir. Foi esse tapa que me fez vez tantas coisas, quando ele desligou o telefone.
Ele é o maior e melhor maestro do mundo, todavia, um engodo como homem. Ele é uma canalha. Ele não vale nada e não serei eu jamais, a revelar isso para os milhões que o adoram.
Não. Eu não o odeio. Eu apenas não quero alguém assim pra mim. Prefiro um homem simples e comum que me diga o que sente, mesmo que o que sente por  mim, não for nada ao silêncio covarde e cruel de um homem adorado por multidões e tão duro e ao mesmo tempo tão leviano capaz de achar que, com o dinheiro que tem, as mulheres são vendáveis. Mais que ser amado por uma mulher simples, o que ele quer, é uma deusa que ela possa pagar como se fosse um objeto de prazer e de exibição para os amigos.
Não o quero mais. Ele foi a maior metira que, sem querer, eu desnudei. Sem querer, tirei sua máscara de homem generoso, bom, alegre e apaixonado. O que ele esconde por traz disso nada mais é que um homem magoado, temperamental e, sobretudo carente e infeliz. "
Pequeno trecho do livro "Ressuscita-me", ainda em fase de elaboração.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Das muitas coisas que aprendi

na minha vida, duas delas são dois tesouros que guardei comigo.
Uma foi a minha avó materna que me ensinou: " Quando você perceber que está incomodando alguém que não lhe diz isso, repreenda dizendo: " Vá embora agora, em Nome do Senhor Jesus!" Mas, você sempre diga para a pessoa que ela está sendo inconveniente. Nunca silencie sobre as coisas, porque o outro jamais saberá se você não for honesta."

A outra, foi a minha mãe que me ensinou: " Na casa da gente, só entra quem convidamos. Se por acaso, a casa for invadida, mande embora. Não construímos casas para estranhos, mas para os que amamos e se quem amamos for um estranho e não quiser se tornar próximo, não pare pra refletir, mande embora, não permita que posseiros tome conta do que é seu!".

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Por muito tempo...

Em toda a minha vida eu acreditei em muitas coisas. Acreditei , por exemplo, que sonhos compartilhados juntos, era o mesmo que estar junto, em todos os momentos. Descobri que não. Juntos em todos os momentos estão os amigos e não necessariamente os companheiros de luta, salvo aqules que são amigos e companheiros.
Esta descoberta, de uma militante que sempre lutou com a cara, a coragem e o legado que segue, revelou também muita  ingenuidade ao lidar com certos companheiros que são apenas de lutas, talvez e disso não passam. Depois de tantos anos de lutas, descobrir isso, em que pese não ser generalizado, mas fatos isolados, não deixou de ser doloroso. Tanto que eu me perdi ao ver que, por questões pessoais, somos facilmente descartados e, em alguns casos, até por quem não tem história e nem compromisso com a militância. Batem em nós de forma extremamente silenciosa. Contudo, deixam marcas profundas de desencanto e desilusão. Os que, um dia foram motivos de admirações, aplausos e certa intimidade e confiança, de repente, desmoronam diante de nós, pelo lado mais doloroso e ainda tratando a nós, como se inimigos fóssemos. Alguns companheiros, dadas suas hipocrisias, hoje, quem os descarta sou eu, depois das "humilhações" seguidas  e as "bofetadas" dadas sem qualquer direito de defesa.
Aprendi agora que, seja de direita ( o que eu sempre soube), seja de esquerda ( o que só agora descobri) as pessoas não são diferentes nas suas posturas na vida e nas suas posturas políticas, ou seja, não se sustentarão por muito mais tempo, as suas idéias, quando reveladas as suas posturas.
Agora, busco ser companheira em todas as frentes de nossas lutas, somada a todos os combatentes da esquerda, mas consciente sempre que suas posições ideológicas são muito diferentes de suas práticas.
Não há perfeições em lugar nenhum, senão em Deus, fora isso, a confiança se esvai e a aproximação, senão ideológica, finda.